Arquibancada
Pouco mais de 1.800 pessoas para Fluminense e Coritiba, num zero a zero sofrível. Público condizente ao futebol jogado. Neste ritmo, chegará o momento que não teremos mais público para um futebol cada vez mais pobre. Logo, vão pagar para a gente ir assistir.
Alguma coisa está errada e não somos nós os culpados. E não será agora, como nunca foi, que vão nos dar atenção e ouvir nossas, ou minhas lamentações, sobre a qualidade do futebol cada vez pior que andam nos oferecendo.
Não dá é para perder o poder da indignação e bater o pé, até a exaustão. Vai de calendário errado, administração desastrada, má intencionada, até a má preparação do atleta, e chega finalmente na falta de talento do jogador formado geralmente prematuramente na base. Porque precisa ser negociado logo, render algum troco a dirigentes, empresários, conselheiros e outros interessados apenas em se dar bem.
Se quiser, dá pra comparar a Copa América com a Eurocopa, por exemplo. Duas gritantes diferenças em muitos pontos, que no mínimo precisam ser pensados e levados em conta. A migração de atletas brasileiros ao futebol europeu, com um histórico de anos, começando nos anos 80, parece dar seus frutos já há um bom tempo.
Os europeus andam se bastando. Fizeram da Eurocopa uma Copa do Mundo. Com os mesmos requintes, ou até mais que todas as Copas. Foram construindo Euro por Euro, uma coisa sempre melhor que a outra, e chegaram neste nível de excelência. Uma competição deles, só para eles.
Países eliminados para as Copas do Mundo, encontram na Euro, a chance de uma disputa de nível. Por isso, seleções sem quase nenhuma tradição em mundiais, encontram seus espaços na Eurocopa, com algumas até surpreendendo, caso da Islândia e País de Gales, eliminando seleções fortes na Europa, tradicionais em Copa do Mundo.
Eles se arrumam a cada competição. Se aprimoram dando o melhor ao torcedor. Em qualidade do futebol oferecido e acomodações aos seus visitantes. Param uma cidade como París, envolvem um País como a França, e fazem uma grande festa.
Enquanto isso, aqui, nós conseguimos uma Copa América de nível, quando disputada nos Estados Unidos. Com gramados melhores, acomodações decentes, e quase todas as partidas com lotação esgotada.
Se a qualidade do nosso futebol sul- americano, já não é mais o mesmo, tendo o Chile com bicampeão da principal competição aqui de baixo, alguma coisa errada esta sendo feita.
O Chile tem sim um futebol que precisa ser visto com outros olhos. Não é uma grande seleção, mas tem conjunto, disciplina tática, com dois ou três talentos individuais. Mas longe de ser uma seleção das que estamos acostumados a ver, com a qualidade de uma bicampeã.
Vou mais longe: não sei como seria a nossa Copa América, se tivesse a participação de algumas destas seleções medianas, que andam fazendo a festa na Euro.
Hoje, além de jogarem mais que nós, agora tenho a impressão que os europeus parecem ter também levado de nós a alegria de jogar bola.
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