Arquibancada
É preciso entender o futebol a partir de torcedores. Do contrário, futebol e clube, sem torcida, pode ser qualquer coisa, menos futebol.
No Coritiba, os últimos dirigentes iniciaram um processo de exterminio da torcida Coxa, numa sucessão de ações equivocadas, ao preço de no máximo, em mais alguns poucos anos, termos o Couto Pereira como o primeiro estádio sem utilidade para a prática do futebol.
Um estádio ou clube sem time e sem torcida, mas que será apresentado orgulhosamente como propriedade de um clube, com suas contas em dia, sem dever dinheiro algum a ninguém, mas sem torcida porque, não haverá mais futebol.
Quem sabe sendo espaço e também dando origem a uma confraria de ex- presidentes - honestos, que devem se reunir uma vez por mês em jantares comemorativos, levantando brindes à liquidez financeira da instituição, que na verdade não será mais de futebol, mas de cavaleiros que honraram o fio do bigode. Algo como a Boca Maldita que reúne seus confrades uma vez por ano e confraternizam.
Seremos um clube de senhores que transformaram sonhos, uma linda história de conquistas, na honra de terem sido os homens que um dia presidiram um clube de futebol que mais adiante poderia muito bem ser chamado de tudo, menos de Foot Ball.
Acabam cruelmente com sonhos de gerações, especialmente das mais novas que escolheram um clube de futebol para torcer, muitos por influência de uma tradição familiar, mas que se perde na história. Um clube com um belo passado no futebol, mas sem futuro.
Hoje, amanhã e todos os dias, matam dezenas de torcedores Coxas. Ou pelo menos os convidam a escolher outras paixões - as correspondidas - sugerindo que se ocupem com o que pode lhe dar mais prazer e alegria.
Um clube de história, que para muitos nada mais significa e vive seus últimos dias.
História de personagens de um passado já bem distante, contada há muito tempo que já se mistura com ficção.
Não demora, ficará apenas o nome: Coritiba (sem) Foot Ball Club, o único que nasceu, viveu e morreu, como ninguém na historia do futebol brasileiro.
Viva Samir, Vilson, Cirino e Bacellar. Nomes que marcam para sempre e definitivamente a história de um clube que um dia foi de futebol.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)