Arquibancada
Tá bom, vocês venceram. Depois de sei lá quanto tempo, leio inteira a coluna de Augusto Mafuz, a publicada na edição deste 29 de abril. Fazia mesmo muito tempo que não o fazia e confesso, não me acrescentou absolutamente nada. Nem me diverti, nem me enraiveceu. Li o conteúdo da manifestação de um torcedor rival, que não poderia ter outro sentimento, que não fosse tentar arrancar o último suspiro do quase morto Atlético.
Entre idas e vindas, o texto basicamente coloca seu time como favorito para este primeiro jogo da decisão, baseado em argumentos de torcedor de sofá, aquele que acha que sua rodagem pelo mundo do futebol nos idos tempos de radialista ou como jornalista, nas suas petições contra clubes e suas andanças pelos bastidores do futebol, são suficientes para achar quem ganha e quem perde.
Os argumentos são quase inexistentes. Mesmo olhando com olhos isentos, não consigo ver da mesma forma que o nobre causídico - o das causas atleticanas.
Mafuz me fez lembrar de uma situação inversa. Quando o Coritiba nos anos 90, não lembro bem em que situação, num atletiba no Couto Pereira, perdeu de 0x2.
Naquele domingo, saí de casa vestindo meu manto sagrado, coisa que dificilmente faço em dia de clássico. Mas naquela oportunidade, com o Atlético com um time melhor que o Coritiba, decidi acreditar em milagres, assim como Mafuz em sua coluna publicada hoje, no Paraná on-line.
Antes que terminasse aquela partida, me levantei lá pelos 20 minutos do segundo tempo, sabendo que não tinha pra ninguém. Aquela altura da partida, o Coritiba já perdia de 2 a zero e aquele placar estava barato. O Atlético administrava o jogo tocando a bola. Coisa que o Coritiba já devolveu outras tantas vezes. Para ser mais preciso, no último atletiba, novamente na casa deles.
Depois de muito tempo, Mafuz deve estar tentando fazer como eu, vestir a camisa de seu clube e ir ao jogo neste domingo, achando que desta vez a coisa vai. Querendo acreditar que desta vez os deuses do futebol estarão de seu lado. Mas sabe o nobre colega, que neste caso não bastam os deuses, não basta a sorte. A supremacia, a superioridade Coxa é muito grande. Estará barato um placar mínimo de 1 a zero a favor do Coritiba.
Assim como eu, que naquela oportunidade saí do estádio com 2 a 0 na costas, acredito que Mafuz fará o mesmo neste domingo, chegando em casa antes do término da partida, salvo das chacotas, amargando mais uma derrota, a enésima de uma série infindável de vitórias seguidas do Coxa, mais uma dentro da sua própria casa.
O comportamento do nobre colega, nada mais é que o último suspiro de um paciente que respira por aparelho em uma UTI. Aliás, muito justa e digna a atitude do torcedor, tentando arrancar de seus gladiadores as últimas forças para uma batalha perdida. Afinal, é este o papel do torcedor. Nada mais digno e justo que um torcedor se manifeste desta forma, tentando mexer com o brio e com a autoestima de seus combatentes.
A lógica, está de um lado, o lado do Coritiba, por conta da melhor qualidade. O imponderável do futebol não existe neste caso, meu caro Mafuz. Este título é nosso.
“Vovô eu não aguento mais perder para o Coritiba”, será a frase que se repetirá ainda por muito tempo, como um mantra da torcida atleticana, lembrando os atletibas dos anos 2000. Que os deuses do futebol tenham piedade de vocês.
Até a vitória, torcida Coxa !
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