Arquibancada
Bruno Valdez é o novo sonho de consumo do Flamengo. O zagueiro central de 23 anos, com passe que pertence ao Cerro Portenho, é a mais nova pretensão do Flamengo. O que por tabela, pode ser bom para o Coritiba, já que se o negócio acontecer, Juninho será mantido no quadro alviverde, pelo menos por mais alguns meses. Se não for desta vez, dificilmente aparecerá outra proposta tão tentadora assim, e o atleta será mantido no Coritiba, quem sabe dando sossego, até que o próximo assédio aconteça.
Sim, não podemos nos iludir com esta trégua. Além de ser de fato um grande jogador, daqui pra frente Juninho despertará mais interesses, caso o Flamengo desista dele e fique com Bruno. Acho que a saída de Juninho é mesmo uma questão de tempo. Resta saber para quem, por quanto e quando. Nossa torcida deve ser para que pelo menos se mantenha até o final do Brasileiro, o que já será um grande lucro. É a lei do de “quem pode mais chora menos”.
Logo, se continuar nesta progressão e continuar jogando o futebol que jogou no sábado, contra o Cruzeiro, Dodô será o próximo a entrar na fila chamando atenção dos grandes. Não para agora, mais adiante, lá pela metade do ano que vem será cobiçado da mesma forma.
O menino mostrou maturidade, empatia, é lutador e acima de tudo e principalmente, sabe jogar futebol e tem tempo para crescer ainda mais. Dodô ainda é um atleta em fase de maturação, que se com 17 anos já encara da forma como encarou a responsabilidade de entrar num time profissional, mais um ano será suficiente para ser considerado pronto.
Juninho e Dodô são as gratas surpresas da base Coxa nos últimos tempos, quando as apostas na verdade tinham outro alvo: Rafael Lucas, Evandro, Thiago Lopes, Dudu e Zé Rafael.
O que na verdade é muito pouco para quem já foi tradicional na revelação de talentos. Pouco para quem já teve mais da metade do time profissional, revelado na base. Ainda temos alguns, mas não do tamanho de Juninho. Aliás, um problema que não é só do Coritiba, mas do futebol brasileiro.
Rafhael Lucas, Zé Rafael, Thiago Lopes, Dudu e Evandro foi só para citar alguns nomes ou os que ganharam mais apostas e projeção. Destes, Rafael Lucas faz sucesso no Goiás, Zé Rafael no Londrina - tendo até o caso curioso de ter pedido para sair, preferindo jogar num clube menor, do que ficar na casa que lhe deu as primeiras chances -. Ingratidão, má gerência?
Dudu ainda não desencantou, assim como Thiago Lopes. Pelo menos eram apostas maiores do que renderam até aqui. Evandro, um iluminado que assim que chegou no profissional, foi de maneira surpreendente. Se revelou com sangue e tino de artilheiro, sempre presente na hora certa no momento certo, inclusive salvando o time de momentos delicados, ano passado. Sumiu, precisa de acompanhamento psicológico, se não, será mais um talento a ser perdido. E isso precisa ser feito agora. Mais adiante, pode ser tarde.
É desta fábrica de craques que sai o nosso principal produto. É deste departamento do clube que sai o dinheiro que mantém toda a estrutura. É neste departamento que está a alma de um clube de futebol. A chamada "BASE" precisa ser olhada de forma diferente, assim como olham o futebol moderno. Onde tudo mudou, mas parece que onde precisava mudar, tudo continua igual, de forma muito rudimentar ainda.
O futebol parece como a madame socialite que passa anos na recauchutagem, se maquiando cuidando das aparências, arrumando a fachada, mas esquece de cuidar dos órgãos vitais. Morre linda, mas muito cedo, sem ter conseguido entrar direito na velhice.
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