Arquibancada
Parece ter ficado claro para todos que está nas mãos do Conselho do Coritiba Foot Ball Club, a vida política de André Macias e Pierre Boulos.
Os vice-presidentes André Macias e Pierre Boulos pediram licença dos cargos no Coritiba na noite desta segunda-feira (31), antes da reunião do Conselho Deliberativo.
Alguns torcedores foram até o Couto Pereira pressionar dirigentes para que os dois renunciassem, além de cobrar mais uma vez resposta sobre os R$ 200 mil doados pelo clube à campanha frustrada de Ricardo Gomyde à presidência da Federação Paranaense de Futebol, em março.
André Macias, que no mínimo tratou das coisas do Coritiba, igual a quem passeia pelo Parque Bariguí, num fim de tarde ensolarado, e Boulos como o maior Coxa-branca da terra, o único a trabalhar anos pelo clube sem ganhar um tostão, vendem agora a imagem dos excluídos, dos perseguidos e de vítimas de um esquema que conspirou contra eles. Como se conversar no WhatsApp fosse terra deles, um confessionário criado pelo grupo, como se as coisas que foram ditas ou escritas ali, fosse uma catarse, feita numa igreja de santos, onde o grupo liderado por Macias, veladamente se fechava para falar mal de um mundo onde para eles era difícil a convivência. Como se o Coritiba e os outros dirigentes fossem ruins e danosos para o clube, eles não.
Toda esta conversa me irrita ainda mais. Subestima minha inteligência. Me trata com desprezo, como se eu não fosse capaz de raciocinar. E imagino que assim como eu, também o conselho - que julga as ações de Macias e amigos - nos próximos dias, também fosse composto por um bando de incompetentes. Pelo menos foi o que demonstrou Macias se posicionando desta forma.
Me calaria diante de renúncias, não de afastamento. Afastamento e também a frase dita pelo presidente Bacellar, de que com o pedido de afastamento, "Macias demonstrou ser um autêntico Coxa-branca". Conversa fiada, conversa pra boi dormir, típica de jogo político, feito para ajeitar as coisas, acomodação, para não criar mais mal estar do que já criou. Mais um desrespeito à torcida. O senhor estava indo bem até aqui, presidente.
Não haveria mal estar se o Coritiba estivesse livre de Macias e Boulos - com os pedidos de renúncia - não com o afastamento. Pior, com os dois agora se posicionando como coitados e traídos.
Não é possível que não passe pela cabeça destas pessoas, (inclusive do conselho e de Bacellar), que a partir de agora não há mais clima para o trabalho. Macias e seus amigos não serão aceitos pela torcida, em lugar nenhum onde houver Coritiba. Imagino que terão a mesma intolerância que a torcida tem com os “pangarés” que andam vestindo a camisa do clube, nos últimos anos. Das arquibancadas serão ouvidos muitos novos gritos de guerra, até que Macias e Boulos desistam e peçam para sair.
Não tenho força política nenhuma, não circulo pelos bastidores, nem pelo departamento de futebol.
Minha única força está na tradição de minha família que me ensinou a amar este clube... nos meus mais de 50 anos de Couto Pereira, na arquibancada, de onde muitas vezes saí sem voz, me emocionei, chorei, sorri, fazendo o que todos que amam este clube fazem ou deveriam fazer.
Senhores do conselho, não coloquem no nosso colo mais esta bomba. São vocês os pais desta criança. E resolvam isso o mais rápido possível, para o bem do próprio Coritiba.
Força, senhores! Não nos decepcionem!
Pelo Coritiba!
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