Arquibancada
Não era a intenção reaparecer por aqui antes do Natal, mas motivado pelos últimos acontecimentos, aos ávidos por novas informações, prece que temos algo para dividir.
Junto com esta publicação , estará entrando no ar a entrevista que a TV COXAnautas fez com o novo treinador do Coritiba, Sandro Forner.
De pouco experiente, ganhando uma chance de se projetar no cenário nacional, Sandro me surpreendeu com uma conversa madura e acima de tudo parecendo saber o quer e o que faz. Bem mais solto na conversa pré e pós entrevista, contou causos e expôs seu conhecimento. Coisa que na entrevista gravada não abriu tanto. Provavelmente é a maturidade, a desenvoltura que ainda não tem e precisa ter para lidar com a imprensa a partir de agora. Porque maturidade profissional para trabalhar com um elenco de futebol profissional, mostrou que tem e está pronto para o trabalho.
Na saída da sala de imprensa, ao lado, estão expostos os troféus mais importantes conquistados na gloriosa história Coxa-Branca. E curiosamente estão lá, pra minha surpresa, ao lado dos troféus do Torneio do Povo 73 e do Brasileiro de 85, as duas taças conquistadas no Brasileiro da série B, em 2007 e 2010.
Minha primeira reação foi pensar no terceiro troféu que precisa vir este ano e fazer companhia aos demais. Mas em seguida lembrei que pra torcida do Coritiba estes dois troféus (2007 e 2010) são na verdade uma vergonha. Então, o que estariam fazendo ao lado de dois troféus tão importantes assim (Brasileiro de 85 e Torneio do Povo 73)?
Mas pera lá! Se festejamos, soltamos foguetes, fizemos muito barulho em 2007 e 2010, por que então muitos o consideram vergonhosos? Muito provavelmente porque para clube grande como é o Coritiba, estar na segunda divisão é uma vergonha, pelo menos para a cultura do futebol Brasileiro. Mas pode estar na B, desde que seja campeão? Sei que não é bem assim e aí entramos numa discussão que não vem muito ao caso agora.
Sabemos que caímos de novo para a mesma série B de anos passados e dela só sairemos com muito trabalho. E aí voltamos ao início do texto quando nos referimos ao novo comando técnico do Coritiba que, agora ganha também o reforço de Tcheco.
Perguntado em off sobre a parceria com Tcheco, Sandro Forner deixou escapar em seu semblante uma expressão de alívio e na sequência desandou a elogiar seu novo parceiro, com o qual já trabalhou, não formando dupla como agora vão fazer, mas na base.
Me chamou atenção também o cuidado com que alguns nomes de atletas estão sendo tratados antes de serem confirmados. As posições, as necessidades que Forner prioriza, estão na entrevista. Alguns pontos que não estão na gravação, o que mais me chamou atenção é o cuidado que estão tendo com a formação do elenco. Avaliam não só a qualidade do futebol de quem vem, mas o histórico de cada um. Muita gente já foi descartada, mesmo tendo qualidade técnica, mas que é ruim de grupo.
Pelo menos a mim, isso traz uma segurança absurda se levarmos em conta a falta de compromisso de alguns atletas que nos levaram de maõs dadas à serie B este ano. Teremos sim, um time simples, sem estrelas, se é que Kleber fica ou vai. Mas mesmo assim, sem o brilho que teve quando chegou. Amado por uns odiado por outros. E Wilson, talvez a única unanimidade entre a torcida, que do alto da sua humildade e santidade, foi canonizado por conta da operação dos grandes milagres realizados em 2017.
Preparem-se, mesmo diante de todo o mistério que ainda ronda a montagem do elenco, o Coritiba de 2018 será mesmo muito diferente de anos anteriores. Resta saber se vão acertar a mão, se finalmente teremos um time para torcer. Continuo apostando que sim. Com alguns riscos, o caminho parece ser este mesmo, mas que precisa ser assim. Remédio amargo, a um preço bem razoável, mas é isso que temos para momento.
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