Arquibancada
Ganha destaque na Tribuna do Paraná, matéria sobre uma ação trabalhista de Rafinha contra o Coritiba, que trata de pendengas ainda da primeira passagem do jogador pelo Alto da Glória.
Sem entrar no mérito da validade ou não e até da razão de um ou de outro na questão, a pergunta que fica é: neste momento, em se tratando de Rafinha, “um ídolo no estaleiro”, isso é pertinente? Faz sentido o principal portal de noticias do esporte da cidade destacar tal tema? Levando em conta a salada que já é o Coritiba e se encontra o time no brasileiro, na minha opinião a matéria seria mais gasolina num incêndio já descontrolado? Mas também é preciso levar em conta que jornalisticamente a editoria de esporte faz seu papel em divulgar o fato. Como instrumento e parte importante na divulgação do futebol do estado, diria que não, a noticia não é oportuna.
Sem levar em conta que Rafinha é carta fora do baralho pelo menos até o final do brasileiro, até porque recentemente o jogador divulga nas redes sociais, ele e a família em torcida pelo Coritiba nos jogos transmitidos pela TV. Aliás desde sempre Rafinha se apresenta também como quem no mínimo gosta do Coritiba, ele e seus filhos.
O que parece ser um ruído no meio do caminho e a pergunta que muitos andam fazendo: como alguém que gosta do Coritiba pode acionar judicialmente seu clube do coração? Simples: Rafinha é profissional e dele vive, come e planeja o futuro. Troca trabalho por dinheiro. As pendengas jurídicas deixadas por Bacellar, Vilsão e Cirino, que agora caem no colo de Samir, não podem ser interpretadas de outra forma que não seja profissionalmente.
Sem levar em conta que o caso tem tudo para ser resolvido de outra forma, amigavelmente, num novo acordo firmado entre clube e jogador.
Em poucos casos, como o de Alex, que em nome da paixão abriu mão de um dinheiro que o clube lhe devia, ou no mínimo negociou a dívida em suaves prestações - coisa de pai para filho, mas que precisa ser pago porque ninguém trabalha de graça. Eu pelo menos não. E como a maioria de vocês também não o faria. O problema é o futebol, onde se mistura paixão e profissionalismo.Torcedores de um lado e profissionais de outro.
Sei que tocando neste ponto, compro briga com muita gente, entrando num tema bastante polêmico, mas é o que penso sobre o assunto: clube contrata, seja quem for, seja por relação profissional ou não, precisa cumprir o contrato e se não o fizer a justiça trabalhista é o caminho na busca da solução, haja amor ou não. Assim como muitos casamentos que começaram com amor e alguns que acabam na vara da família.
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