Arquibancada
Demorou, mas parece que a ficha caiu. A imprensa esportiva ainda consegue fazer a leitura da periferia de uma partida de futebol. Ou seja, falar, enaltecer os fatos que acontecem além das quatro linhas.
Com apenas um mau exemplo dado no confronto que fizeram vândalos - que se apresentam como torcedores de Coritiba e Paraná - apesar da torcida única, quebraram o pau pelas ruas da cidade.
Mas outros dois fatos acabaram ganhando mais destaque que a briga e até mais que a própria partida. Dois bons exemplos que merecem mesmo ser lembrados.
A do torcedor do Parana que foi acolhido pela organizada do Coritioba e a família que se revezou num guindaste para assistir a partida. Convenhamos, duas cenas bastante incomuns no futebol, pelo menos por estas bandas de cá.
Se nem Coritiba e Paraná não atraem mais a imprensa nacional - por razões óbvias - as torcidas ainda conseguem algum destaque como nos dois casos que chamaram atenção no Paratiba.
Dois fatos que no minimo deveriam chamar atenção também dos dirigentes que comandam o futebol paranaense.
Mesmo que a decisão de torcida única não tenha partido do Coritiba, foi uma decisão imposta pelas autoridades, ainda é um tema para ser muito bem analisado e repensado.
Outra questão é o valor dos ingressos. Fato que provocou a história da família que assistiu o clássico num guindaste, gastando apenas o dinheiro do estacionamento para abrigar o caminhão que serviu de apoio.
O proprietário do caminhao se declarou torcedor Coxa, mas impossibilitado de levar a família ao estádio, por conta do valor do preço dos ingressos. O guindaste foi a solução encontrada.
Se servir como exemplo, em dia de jogo, logo teremos vários destes caminhões estacionados no entorno do Couto Pereira. Fica a dica.
Meio sem querer, este Paratiba também pode servir como idéia para a tal área mista, hoje muito usada e até comum nas arquibancadas de muitos estádios pelo país, adotada pelos grandes clubes.
Quem sabe assim, não tenhamos um começo de exercício de educação, que muitos torcedores ainda não conseguem ter.
A história do guindaste me lembrou a década de 60, quando assisti algumas partidas pendurado numa árvore que ficava bem na esquina da Amâncio Moro com a Mauá. O segredo era chegar cedo para garantir um bom lugar. Era meio desajeitado, bem desconfortável, mas dali assisti grandes vitórias, grandes partidas. Naquela época valia o sacrifício. Havia apenas o muro do Belfort Duarte como barreira.
Hoje, pedem um preço muito alto pela qualidade do futebol que nos oferecem.
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