Arquibancada
Torcer para o Coritba requer algo além do raciocínio lógico do futebol. É preciso entender as entrelinhas das coisas, quase sempre colocar a imaginação para trabalhar e interpretar os fatos com outros olhos, com uma leitura diferente da interpretação do que a maioria consegue ler.
Desde a saída de Deivid ou Bill, como diz um jornal, que não se via pelo Alto da Gloria, um centroavante matador. Daqueles bons, dos tempos de Chicão a Keirrison, nos seus melhores dias. Até mesmo Bill, que na última passagem mais irritou do que ajudou, mas é preciso admitir que teve o seu tempo de glória com a camisa do Coritiba.
Nos dois últimos anos, tivemos sorte com jogadores que vieram como apostas e que acabaram acertando por aqui, salvando o Coritiba. Casos de Joel e Henrique Almeida. Joel em 2014 e Henrique Almeida ano passado. No final da temporada, como os dois não nos pertenciam, logo que os campeonatos terminaram, foram embora reforçar os adversários.
O ano de 2016 começa com o departamento de futebol tentando resolver o problema logo no começo. Parece ter ficado a lição de anos anteriores e antes que a temporada esquente e o problema fique ainda maior, saíram atrás das soluções.
A diretoria investe num paraguaio de 24 anos, pouco nome, mas prometendo ser a solução para o problema crônico dos gols que sumiram do Coritiba nestes últimos 3 anos. A negociação demora para ser fechada, mas enquanto isso, Kleber que também pode desempenhar este papel, desencanta e surpreende marcando 5 gols em duas partidas. É muito além do que se esperava dele. Para um time que completa anos de busca por alguém para a posição, Kleber coloca na torcida Coxa a esperança de ser a solução para o problema. Fica ainda a desconfiança por conta de um histórico de lesão e de apenas um gol em poucas partidas, desde a sua chegada, ano passado. Mas parrce renascer e logo no começo da temporada, consegue corresponder até além do que se espera dele. Marcar 5 gols em dois jogos chega a assustar. Um número bem acima até da média nacional.
Para um começo está pra lá de bom. O que ninguém podia imaginar é que tudo ficaria melhor ainda. Foi quando a diretoria finalmente anunciou neste fim de semana, depois de uma novela de muitos capítulos, a contratação de mais um centroavante. Este, legítimo da posição, um camisa 9 autêntico, como há anos não se vê no Alto da Gloria. A sina da camisa 9 parece ter chagado ao fim.
Desta vez a história recente do clube dá um nó, surpreendendo, tomando um novo rumo. A história parece ter tomado mesmo outro caminho. Além de Kleber com 5 gols no campeonato regional, em apenas duas rodadas, agora temos um outro artilheiro? No mínimo um forte candidato a ganhar a cena e nos dar mais alegrias ainda? Difícil mesmo de acreditar. Coisas que hoje em dia só se vê em grandes clubes, há muito tempo longe do Coritiba. Nem lembro quando foi a última vez que pudemos nos dar a este luxo, de ter dois matadores. Para um time que passou longas temporadas lamentando a falta de gols, arruma logo dois? Habemus artilheiro! – deve dizer aliviada a torcida.
Como presente de Carnaval, de Natal, de Páscoa, de aniversário, a diretoria anuncia para a semana que vem a chegada de Jorge Ortega, goleador no Paraguai. Ainda como lambuja o cara foi carrasco do CAP, na última Sul-Americana.
Além de tudo, um novo Geraldo? Não sabemos. É esperar e torcer para que seja mesmo tudo isso. O menino chega nos próximos dias e se apresenta como novo centroavante contratado pelo Coritiba. A nós, nesta fase de adaptação, cabe paciência.
Os ventos parecem mesmo estar mudando no Alto da Glória e já era mesmo chegada a hora disso começar.
Só não esqueçam... o dinheiro continua curto e os dirigentes são os mesmos. Apenas a sorte parece estar mudando de lado. Quando ainda lamentávamos a falta de um matador, agora temos dois. Com sorte ou competência de quem acertou nestas contratações ou não, o fato é que são atletas do Coritiba - Kleber e Ortega - e que defendem nossa camisa e nos representam a partir de agora. Um deles, Kleber, já com desempenho acima do esperado, pelo menos por enquanto. No outro, em Ortega, está a esperança. Se ainda assim, você não acredita, então olhe para trás e lembre dos dois últimos anos. Temos um começo de 2016 muito melhor que em anos anteriores. Pelo menos temos motivos para acreditar nisso.
Ainda falta um meia. Quem a sabe a mesma sorte que nos trouxe Ortega, e que nos tirou Acosta, nos reserve algo melhor. Tem coisas que só acontecem mesmo no Coritiba, acredite nisso.
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