Arquibancada
Dar a vida, jogar com a alma significa o quê pra você? Hoje estas expressões substituem a famosa frase “com o coração no bico da chuteira”, que quando usada antigamente, tinha o sentido e significado de “comer a grama” por uma vitória.
Ouço muito tudo isso no futebol de hoje, mas muitas vezes da boca pra fora. Usam porque impressiona, porque são expressões fortes que demonstram doação irrestrita na tentativa de alguma conquista.
Assim como virou moda jogador beijar escudo de clube, assim que assina contrato. Alguns torcedores gostam disso porque parece que o atleta contratado se coloca em condição de igualdade à ele, também como torcedor. Geralmente os atletas são orientados para fazer isso.
Quando Umberto Louzer disse em coletiva que o time daria sua vida e a alma nesta partida contra o Londrina, imaginei no mínimo um time guerreiro, briguento, que pagaria qualquer preço pela vitória.
Não foi o que vi. Pelo contrário, um time limitado como sabemos que é, apenas melhor que os últimos que tivemos nos últimos anos, mas que não fez o suficiente para corresponder ao apoio recebido da torcida, que aliás, coloca o Coritiba entre os clubes de maior público deste brasileiro, inclusive se comparado também com os da Série A.
As 34 mil pessoas que foram ao Couto, provavelmente esperavam mais. Faltou alma, faltou dar a vida, faltou comer a grama. Esta é aliás uma exigência a todos que disputam a Série B.
Quem sabe com uma nova modalidade de treinamento, incorporado à rotina, Louzer consegue ensinar como dar a vida ou jogar com alma.
Assim, quando o treinador anunciar novas doações de almas ou vidas em busca de uma vitória, tenhamos esta expectativa finalmente correspondida.
Ainda quero acreditar que isso é possível. Mas uma coisa é certa, jogando futebol ao natural, não teremos sucesso. Vamos mesmo precisar de muito mais doação de almas, comendo muita grama.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)