Arquibancada
Parece não ser exagero afirmar que o Coritiba caminha por vias de extinção.
O primeiro motivo é não ter mais do que reclamar. Ou reclamar sempre das mesmas coisas. Os erros diretivos e técnicos são os mesmos de anos. Por isso, aqui nos repetimos com lamentos, os mesmos de sempre a cada rodada, já há seguidos anos.
Estamos falando de um clube de futebol com uma torcida exigente, acostumada com o mínimo de qualidade, isso se levarmos em conta apenas as duas últimas décadas.
Sempre tivemos um time que, mal ou bem, se portou com relativos e aceitáveis resultados, pelo menos deixando sempre a esperança de subir mais um degrau, deixando de ser o clube médio, para finalmente figurar entre os grandes. Coisa que alcançou nos anos 60 e 70. Embora alguns não concordem pela falta de títulos expressivos, mas foi o período que vi o melhor do Coritiba.
Hoje, o sonho é pequeno, sem pretensão, com uma programação de três anos, onde cada presidente privilegia o seu mandato e não o clube. Nao há uma sequência de trabalho. São repetidos os mesmos erros da política tradicional.
Não passa mais pela qualidade ou não do futebol, embora seu nome ainda seja Coritiba Foot Ball Club.
Há anos a decadência técnica do clube consegue ser pior que a do próprio futebol brasileiro, que também já não é mais o mesmo já faz algum tempo. Estamos abaixo do que já não é bom.
Não nos impressiona, não nos surpreende mais derrotas ou empates para times pequenos, até mesmo dentro de casa, e ultimamente jogando diante de um grupo de torcedores cada vez menor.
Por isso, parece que nos forçam em falar em fim de linha, em extinção de um clube de futebol porque sinceramente não vejo um futuro que nao seja este.
Estão tentando nos doutrinar a não reclamar mais, em achar normal estar fora de uma final de campeonato regional ou ser desclassificado já na primeira fase da Copa do Brasil, por um time sem nenhuma expressão.
Parece que aos poucos vamos apagando da memória o que é futebol. Tamanha são as decepções que temos tido, embora também já tenhamos perdido (pelo menos eu) o poder de revolta e de me cansar em repetir com as mesmas reclamações a cada jogo, a cada rodada, a cada desclassificação, a cada vexame.
Isso tudo já se incorporou à rotina Coxa, não me parece mais possível sonhar com dias melhores, como voltar a falar de futebol de verdade.
Mesmo que eu não seja exigente, que não tenha a pretencão de falar aqui sobre um time que encante com vitórias históricas, partidas épicas, ate a volta de um futebol " mais ou menos" , parece distante.
Queria apenas um clube de futebol para torcer. Pode ser aquele mesmo feijão com arroz, mas que tinha um pouco de molho e tempero.
Por vários caminhos, uns concordando, outros não, várias opções foram dadas. Nenhuma colocada em prática. As coisas são iguais há vários presidentes e pra não dizer que nada muda, a coisa parece piorar a cada um deles.
Quando se fala em clube endividado, de dias difíceis, imaginei um período curto, de sacrifício breve, mas que ali na frente logo deveria aparecer um horizonte mais promissor. Mas não é o que se vê. O clube está cada vez mais endividado, cada vez menor, tendo como consequência o total desinteresse do torcedor que lentamente vai sumindo das arquibancadas do Couto Pereira.
Há meses não ocupo mais este espaço para enaltecer algo. Para comemorar, para trocar algumas ideias sobre um lance, uma jogada, uma vitoria importante. Não falamos mais de futebol porque não nos dão futebol.
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