Arquibancada
O volante João Vitor parece ter feito a leitura que muitos ainda não fizeram ou não entenderam: olhar para a Série B de forma diferente.
Olhos de muita doação, em muitos casos, em muitas rodadas, só doação. Uma mistura do que a torcida tem feito, embora ainda sem motivos reais que façam ela acreditar que agora a coisa vai, mesmo na porta do G4, depois de concluída a quinta rodada. É preciso muito mais que casa cheia para chegar lá.
Em entrevista dada por João Vitor, ao site de notícias Tribuna do Paraná, o jogador é claro e bem direto. Diz que o elenco ainda não comprou a ideia de ser protagonista da competição, mas que para isso precisa entender a Segunda Divisão de forma diferente.
Não só Joao Vítor, mas todos nós que acompanhamos futebol, já sabemos há tempos que a segundona tem suas peculiaridades, exigindo um comportamento diferente.
No caso do Coritiba, isso parece ser um problema com origem na direção do clube, precisamente no departamento de futebol que precisa saber vender esta ideia de “doação” aos seus atletas.
Na rodada do jogo em casa, contra o Londrina, o treinador Umberto Louzer já pedia doação, falando da necessidade de colocar a alma naquela partida e nas demais. Não foi o que aconteceu. Naquela rodada vimos um time morto, sem criação, se arrastando em campo.
Mas pelo menos fica a ideia que o tema ainda é debatido internamente. No mínimo ainda deve estar sendo o grito de guerra de Louzer, no dia a dia, na convivência com o grupo, alcançando pelo menos João Vitor.
Não temos um grupo capaz de se sobressair tecnicamente. No máximo, como admite João Vitor, temos time que pode habitar o G4. Precisa e tem condições de ficar entre Bragantino, Botafogo, Sport e Londrina, mas para isso, vai precisar de muito mais do que fez até aqui.
De nada vai adiantar o treinador pedir doação e ser ouvido apenas por João Vitor.
Se até agora só um atleta conseguiu assimilar o que é “doar a alma” numa partida de futebol, vamos precisar de um psicólogo melhor que Louzer para vender a ideia.
Já é um começo o tema “ doação “ ser debatido nos bastidores, porque ainda há tempo de fazer melhor do que estão fazendo, mas é preciso empolgar atletas para depois contagiar a torcida.
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