Arquibancada
Já passadas algumas horas, ainda tenho muita dificuldade para entender o que quis Jorginho com aquele inesquecível primeiro tempo contra o Atlético- MG.
Apesar dos seus gritos na área técnica, pedindo para o time jogar - como se isso fosse possível e dependesse apenas da vontade de quem estava em campo -, o treinador me pareceu ser o maior responsável pela atitude covarde no histórico primeiro tempo deste domingo 06/09, contra o Atlético Mineiro.
O Coritiba não foi apenas dominado, mas massacrado pelo time mineiro, dando até a impressão de ter sofrido a interferência de algo além da simples compreensão do que aprendemos até hoje sobre o que é futebol. Foi algo muito mais próximo de um treino coletivo entre profissionais e um time sub 18 ou até de um time de rua, juntado ali na esquina.
Por mais que a proposta de jogo tenha sido defensiva, recuando a linha defensiva, reconhecendo a superioridade do adversário, apostando nos contra – ataques, também não será uma boa desculpa porque neste caso o Coritiba não dispõe sequer de um jogador de velocidade e tão pouco de alguém no meio que arme para pegar o adversário de surpresa. E disso Jorginho deve saber ou pelo menos deveria, mesmo que tenha assumido o comando há pouco tempo.
O péssimo primeiro tempo, fez da segunda etapa um time de futebol de Seleção, com rompantes de algo mais próximo do que podemos chamar de futebol.
O Coritiba da segunda etapa foi o que nos fez lembrar a máxima que onde há vida há esperança. Se tivesse jogado daquela forma, também no primeiro tempo, talvez tivesse conseguido um resultado melhor, mesmo que o Atlético seja mesmo um time mais qualificado tecnicamente.
Com mais criação e quase chegando ao empate, a entrada de Igor Jesus colocou novamente o Coritiba em casa, no Couto Pereira, fazendo o que um time mandante deve fazer jogando em casa, ainda que sem torcida, mas em casa, pelo menos tentando alguma reação.
Não fosse a falta de pontaria de Sassá, na melhor oportunidade de gol ou do próprio Igor em bela cabeçada contra o gol mineiro, foram as melhores oportunidades de empatar a partida. Um resultado mais justo pelo que fez no segundo tempo. Mas futebol não funciona assim. Geralmente paga-se o preço por erros anteriores e o que conta ainda é a qualidade, simples assim. Não há milagre no futebol destes tempos.
Que o preço destes pontos jogados fora e do inexplicável primeiro tempo, tenha deixado a lição de como nunca mais repetir esta imperdoável apresentação.
Já se passaram oito jogos e o time ainda se parece com aqueles carrinhos de brinquedo, o bate-bate, dando cabeçadas na parede até achar novo rumo.
Que Jorginho finalmente ocupe seu lugar e arrume a casa. Porque se havia conquistado alguma confiança com os resultados anteriores, se perdeu e volta a sofrer pressão de uma torcida já sem paciência com desculpas e afagos em atletas que não podem mais sequer compor o elenco.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)