Arquibancada
A expectativa de uma vitória fora de casa parece que ficou maior que a necessidade de ter um time razoável para disputar a série B. Virou primeira necessidade vencer fora de casa. Torcida, imprensa, comissão técnica e atletas pregam este discurso, como se depois da primeira vitória fora de casa, as coisas ficassem diferentes.
Parece que invertem a ordem destas necessidades: para vencer fora de casa é preciso ter time, coisa que o Coritiba ainda não tem. As vitórias dentro de casa, no Couto, só aconteceram pela clara deficiência técnica de toda a série B.
Esta obsessão pela primeira vitória precisa dar lugar a uma outra carência do time que é a qualidade que o Coritiba ainda não tem. Quando a tiver, terá mais facilidade para vencer tanto em casa como fora, cumprindo a máxima da série B, que é ganhar todos os pontos possíveis dentro de casa e beliscar alguns fora, com empates e vitórias. No futebol, chamam isso de planejamento, coisa que o Coritiba também não tem. Buscam as soluções apenas quando descobrem os problemas. São incapazes de antever, de buscar saídas. O recado está sendo dado a cada rodada e os problemas persistem, sem que finalmente se sinalize com uma solução definitiva, ou que se encaminhe algo mais claro.
Vamos para a décima sexta rodada, com o primeiro turno chegando ao fim e ainda não temos a cara de um time, sem que seja possível escalar os onze titulares. Não porque Eduardo Batista esteja perdido, não me parece ser este o problema, porque tenta as opções possíveis dentro do que lhe oferecem para trabalhar. Embora já tenha passado da hora de ter pelo menos 6 titulares, que formem a chamada espinha dorsal do time, que Samir se referiu no começo do ano e que o Coritiba também não tem.
Logo entramos no segundo turno e aí restará a última estilingada, rezando para que até lá, tenhamos vencido pelo menos a primeira fora de casa. Aí, pode ser tarde para perceber que isso é muito pouco para quem diz que o que importa é subir.
Os pontos disputados fora de casa e que não vieram, farão falta porque além de não serem nossos, se somam na matemática dos adversários, que se avolumam no vácuo que o Coritiba está deixando. Já é assustador o número de times que encostam atrás do Coritiba, alguns com um, dois ou três pontos. Coisa que em uma ou duas rodadas, pode significar despencar para baixo da tabela. E olha que a nossa briga é por uma quarta posição do G4, não pela liderança.
Até a próxima rodada, contra o São Bento, serão mais onze dias de trabalho, sem que tenhamos sequer um sinal de mudança.
No vestiário, nas coletivas de Eduardo Batista, é possível perceber que o treinador está em um beco sem saída, não sabendo mais o que falar, a não ser repetir as mesmas desculpas de sempre, ainda tentando preservar a relação com o grupo, mas que nas entrelinhas é possível entender que nada de novo acontecerá, se dirigentes não derem a ordem de um novo rumo.
Não há mais nada para ser testado. As apostas ficam sempre na chegada do último atleta contratado. Jonatas Belusso é a bola da vez. Depois da partida contra o São Bento, apostaremos na rodada seguinte, que será fora de casa e lá se vai novamente a expectativa de vencer a primeira fora de casa, sem que o time ainda tenha convencido.
Fazemos o papel do cachorro correndo em volta do próprio rabo e não conseguimos sair disso. Os problemas são os mesmos e não apontam para saídas. Não há uma virada de mesa, não há um fato que indique no mínimo a busca da tentativa definitiva dos problemas.
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