Arquibancada
Foi bonito e bem melhor ver a 11 canarinho vestida de Brasil e não de CBF, foi bonito ver o ouro no peito deles, com a bandeira nacional ao fundo, e não a marca da CBF.
Há anos anuncio um quase desinteresse meu pela Seleção Brasileira de Futebol. Não há conquista inédita de um ouro olímpico que me devolva a graça de acompanhar o que ainda tem muito mais cara de comércio, de um grande negócio, do que a paixão e o amor clubístico que o futebol ainda preserva.
O ineditismo do ouro não me importa. Importou a contribuição que o futebol deu ao seu irmão mais pobre, o esporte Olímpico, no quadro geral de medalhas. Mais um ouro melhora a posição do Brasil na soma de medalhas.
Quem sabe, com esta prática de medalhar os atletas vencedores individualmente, nada comum no futebol, estes milionários atletas da bola, entendam um pouco do sentido real da história Olímpica.
Quem sabe levando a medalha pra casa, olhem bem e depois de alguns dias entendam melhor como é a vida das outras modalidades que sobrevivem com pouco, e às vezes sem nenhum dinheiro, num país de quase nenhuma tradição esportiva.
Não acompanhei esta Olimpíada como queria. Do que consegui ver, fiquei com a impressão que o momento político se misturou um pouco com algumas situações, e trouxeram algumas discussões.
Mas fico com uma impressão ainda maior que é a do orgulho nacional, não dos resultados nas modalidades, mas da nossa capacidade de fazer algo grandioso, de acolher e abraçar o mundo todo e de poder oferecer o nosso melhor, dentro da nossa casa. O Rio de Janeiro foi o coração do Brasil nestes dias.
Teve quem não viu assim, teve quem achou que era obrigação fazer bonito.
Sim, fizemos bonito. Aliás, mais que isso. Nos demos de volta o direito de acreditar que somos capazes de fazer coisas grandiosas.
Deixamos um pouco de lado o nosso complexo de vira- latas.
Estamos de parabéns!
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)