Arquibancada
Assim como o jornal Gazeta do Povo, que completa 100 anos de existência, que nasceu em 1919, o Coritiba também já teve a oportunidade de contar a sua história centenária. O Coritiba que nasceu antes da notícia, no estado.
Um desafio, eu diria. Falar sobre 100 anos, tendo que escolher seus destaques numa longa história, é tarefa para especialista. Não sei se a gazeta os tem. O Coritiba não teve. Estes especialistas estão por aí, no mercado curitibano ou coritibano, como quiser. Nem coritiba e nem Gazeta conseguiram contar direito o seu centenário. A edição de hoje do jornal, em quase nada lembra a sua história. Quem sabe amanhã, consigam algo digno dos seus 100 anos.
Vilson Ribeiro, então presidente, na época do centenário do Coritiba, anunciou na data, como grande presente à nação alviverde, a obra que era sonho de consumo, que era fechar finalmente a curva da Mauá.
Não só não fechou a Mauá, como não fez o que todos esperavam. Tudo bem, era o que dava para fazer com o dinheiro que tinha. A velha e boa Mauá, ficou com cara de baile de debutantes, numa festa junina - como digo no livro que lancei em outubro, em uma das tantas crônicas ali editadas.
Colocar 100 anos de história numa obra daquelas, foi apequenar o Coritiba. Um clube de futebol, com 100 anos de conquistas, de muita história bonita. Comemorar uma obra daquelas, num contrato que até hoje é motivo de discussão, tá longe de representar o que foi o Coritiba nestes seus 100 anos de vida.
Teria sido melhor, mais próximo e digno dos 100 anos, montar uma seleção do centenário, numa grande promoção, campanhas de marketing, contratações que visassem o projeto de um Coritiba campeão, em busca de um bi-brasileiro, por exemplo. Coisa que certamente trariam mais alegria. Chamar o torcedor mais para perto do Coritiba em numa grande campanha de sócio-torcedor, reerguer o clube, por exemplo.
Mais uma vez decidiram sair pelo caminho político, com mais um enjambre de tapa-buraco, para mal e porcamente levar no bico os mal informados torcedores que estão aí para aplaudir, sem se importar a quem. Sempre comprometidos com gestões que entram e saem e nunca respeitam a prioridade que deveria ser o futuro do clube.
Grupos formados há anos, nos bastidores do Cortitiba, que deu origem a outro grupo, igualmente desprezível: formado pelos que ficaram de fora ou estão de fora da festa, ou que foram convidados a se retirar e que agora preferem mais atrapalhar do que ajudar.
A cada ano de Bacellar, Vilson, Cirino, Gionedis e Samir, o Coritiba parece fazer a contagem regressiva. Dos seus 110 anos de agora, para trás. Na gestão de 3 anos de cada um, décadas de retrocesso. E assim, logo zeramos nossa contagem chegando ao marco zero, chegando de novo em 1909. Outubro daquele ano, quando ilustres cidadãos coritibanos se juntaram para começar esta história.
Assim como a Gazeta do Povo que de um jornal impresso de respeito, durante anos, sobreviveu. Agora conta seus dias como site de notícias, pouco ou quase nada atrativo. Como o Coritiba, que foi sendo remendado, sem se modernizar, sem se importar com o futuro, achando que só a história bastaria para leva-lo à eternidade. Que agora vive tempos de Samir, que se apresenta como único preocupado justamente com isso, mas que sabemos, faz caminhos errados e longe do que a maioria quer.
Os dois ícones centenários do Paraná, precisam se reinventar. Trocar de mãos para com outras mentes, ainda pensar no futuro. Coritiba e Gazeta do Povo caminham perigosamente.
No Coritiba, o faz de conta, que só privilegia a politica clubística, pensando em interesses pessoais, que não cabe mais.
Na Gazeta, como jornalista, apenas lamento que parte da história do jornalismo e da memória do Paraná, se perca assim.
Como dizem por aí, no futebol de hoje não cabem mais estas administrações amadoras. No mundo corporativo também não.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)