Arquibancada
Não posso sair de uma partida destas, contra o Maringá, e achar que o Coritiba está em evolução, como afirmou o treinador Gilson Kleina, e ainda me considerar satisfeito com o desempenho do time. Aliás, pelo contrário: saí mais uma vez preocupado. A famosa gangorra parece não nos abandonar e ainda deixa a pulga atrás da orelha, coisa que acompanha todos desde o início do estadual.
Apenas o resultado de 3 x 1, não diz o que foi o jogo. Frase muito usada no futebol, principalmente para definir partidas como esta de encerramento da primeira fase do estadual.
Tudo bem que não havia motivação, que vitória ou até derrota pouco ou quase nada mudariam a classificação do time na tabela, mas aqui vale uma medida que parece não existir mais em jogos como o de hoje. Não é possível que um time como o do Coritiba não consiga, mesmo sem interesse pelo placar, se impor diante de um adversário como o Maringá. A apatia talvez seja a palavra que melhor define todo o time na partida de hoje, com exceção de Lucas Claro, e com um pouco de boa vontade, Juan que demostraram algum interesse pelo jogo. De resto, foi difícil escolher alguém que tenha se destacado. Foi diferente de domingo passado onde tivemos um problema exatamente oposto ao de hoje, quando foi difícil eleger naquela partida, um destaque com quase todo o time bem. Tá certo que no domingo passado era um atletiba, com motivação de clássico.
Não acredito e ainda não me convenci totalmente que este time do Coritiba vença ao natural, seja lá qual for o adversário, forte ou fraco. Ainda não tem este poder todo.
Evoluiu, cresceu, mas ainda não convenceu. E é isso que precisa fazer para ter a torcida toda do seu lado. Hoje era o dia de fazer isso definitivamente. Não fez. E a pergunta que fica é esta: foram orientados para tirar o pé, cuidar com jogadas mais disputadas, com cartões, ou tentaram jogar 100% ?
Foi a partida da vida do Maringá, mas não do Coritiba. Mesmo assim, em um ou dois momentos, a partida esteve em vias de se resolver, tanto para um lado como para outro, mas não aconteceu. O aparente domínio do Coritiba, com toques de bola na intermediária do adversário, não terminavam nos esperados e necessários arremates. O primeiro tempo foi de dar sono. No começo do segundo tempo, o gol de Vinicius parecia arrancar o ferrolho da zaga do Maringá, mas em nova falha da zaga Coxa, cederam o empate que colocou a partida novamente em banho maria e assim foi até o fim. Faltou a jogada aguda, aquela que define um jogo, como as que definiram os dois clássicos.
Os dois últimos gols que definiram o placar de hoje, foram dois achados. Aliás, um deles, o gol de Leandro, sinalizou algum mal estar do jogador com alguma coisa: com a torcida, com o treinador, com o comando técnico ou com a imprensa, foi o que pelo menos ficou claro no descaso do atleta com o próprio gol que não teve comemoração.
Depois do jogo, Walisson Maya, dizia numa entrevista a uma emissora de rádio,onde deixou escapar uma frase que na verdade, imagino definir o sentimento da torcida. Disse ele que o Coritiba é favorito em qualquer campeonato que participe, coisa que concordo, mas jogando este futebol, não consigo acreditar em favoritismo, muito menos de agora em diante, quando o funil será apenas para os fortes.
Administrar a classificação talvez tenha sido a palavra de ordem no vestiário. “Não se exponham em jogadas mais ousadas, ou jogadas que possam render algum cartão”... gostaria de acreditar nisso.
O Time evoluiu, cresceu, está mais ajustado, mas ainda longe das tradições do Coritiba, especialmente se a gente imaginar que agora é mata mata e tudo é decisão. E assim será no paranaense e no Brasileiro, que começa dentro de pouco mais de um mês.
Depois de 3 meses de trabalho, esperava um time mais ajustado do que temos visto até aqui. Ainda não passa segurança.
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