Arquibancada
Futebol é tão cruel, que em poucos jogos lá se foram os créditos que Juninho ainda tinha. Imagino que na cabeça de Pachequinho fosse uma leve mexida, sem grandes comprometimentos: um zagueiro , ajustado um pouco mais à esquerda, mas não foi tão simples assim. Pior foi ter insistido. Ainda comentei no intervalo que Roger Guedes fazia a festa na defesa do Coritiba, principalmente em cima de Juninho. Achei que no intervalo Pacheco corrigiria o problema, colocando um lateral de verdade na posição. Mas não, insistiu com a invenção até o fim. Dois gols tomados em cima do zagueiro/lateral. Menos mau que só empatou, mas esteve muito perto de nova derrota.
O primeiro gol numa das falhas mais grotescas que vi nestes últimos tempos no futebol. Juninho tem sido responsável pelos últimos gols que o Coxa anda tomando, consequentemente pelas derrotas.
Se a ordem é não sofrer pelo leite derramado, afinal lá se foi mais uma rodada, o que esperar então para a partida em Minas? Pacheco tem novos problemas. O único alento é ter o América, um time de um nível técnico um pouco inferior ao do Coritba. Para esta partida, o miolo de zaga tem um novo problema. Lucas Claro que contra o Palmeiras tomou o terceiro amarelo, está fora.
Assim, Pacheco deve sair jogando com Rafael Marques e Juninho, voltando Carlinhos para a lateral. Mas só que aí estão mais problemas do que solução: dois problemas, porque Carlinhos também não anda bem. O segundo problema é o próprio Juninho que nem na sua posição original vem bem. Mais um nó que Pachequinho terá que desatar até lá. Rafael Marques e Juninho, de tanto que discutem durante o jogo, passando responsabilidades um ao outro, provavelmente não será a melhor opção para a zaga. Quem sabe, assim como o banco que fez bem a Luccas Claro, ano passado, não tenha chegado a hora da volta de Walisson Maia?
Do meio pra frente temos uma salada, um emaranhado de jogadores, com todo mundo querendo resolver e ninguém fazendo nada. Apenas Ruy consegue ser mais eficiente nestas últimas partidas e parece que vem conseguindo alcançar uma boa regularidade, chegando a um nível bem acima dos outros. O Coritiba ainda é um time sem titulares, porque ninguém ainda convenceu, se abraçando com a posição e assumindo a responsabilidade, dando confiança ao treinador e nem à torcida. Alguns, andam fazendo do futebol uma partida de truco. Mais gritam e falam, ameaçam, levantam pra seis, doque jogam bola.
A superioridade técnica do Palmeiras serviu para mostrar que ainda existe vida inteligente no futebol Brasileiro. Roger Guedes, de apenas 19 anos, o menino que infernizou a vida Coxa nesta noite de quarta-feira. Moisés, Cristaldo, Gabriel Jesus, Claiton Xavier (que entrou no segundo) e Tchê Tchê, ainda foram capazes de mostrar o que é futebol jogado pra frente, com boa troca de passes rápidos, algumas vezes chegando ao gol de Wilson, às vezes até parecendo ser fácil jogar bola.
Numa partida que no primeiro tempo teve em campo um Coritiba bem arrumado, tentando jogadas de ataque e em muitos momentos até pressionando o Palmeiras. Não fosse o gol dado de presente logo no começo da primeira etapa, quem sabe o Coxa não teria tido mesmo um pouco mais de sorte. O Coritiba terminou a primeira etapa dando a impressão que voltaria para buscar o placar no segundo tempo, mas não foi o que aconteceu. Prevaleceu o melhor ataque do campeonato, contra a pior defesa.
O Coritiba recuou ou foi recuado pelo Palmeiras, que só diminuiu a pressão depois que fez o segundo gol em nova falha de Juninho.
A partir disso, desarrumado, sem nenhum poder ofensivo, sem chegar ao gol de Fernando Prass, apesar de recheado de atacantes, o Palmeiras leva a partida do jeito que queria, amarrando as coisas.
O Coxa dá trabalho para Fernando Prass só em duas oportunidades: no primeiro a meia bicicleta de Ortega , mas com um chute que sai fraco, na mão do goleiro. Mais adiante, Leandro acha um chute colocado, no canto esquerdo, à meia altura. O goleiro palmeirense até pula, mas quando viu a bola, já tava lá dentro.
Um gol salvador, que mantém o Coritiba respirando fora da ZR, mas sem poder pensar em tropeço, principalmente porque agora pega o América, que também não pode perder e joga pressionado dentro da ZR.
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