Arquibancada
Já há muito tempo que em dia de jogo do Coxa, o sentimento mudou. Se foram os dias de levantar e com prazer lembrar, mesmo antes de sair da cama, que “ hoje é dia de Coritiba”! Dia de torcer.
Quando criança lembro que o primeiro sentimento era um frio na barriga, fosse o adversário que fosse. Hoje a ficha demora um pouco pra cair.
Hoje, dia de jogo contra o CRB, algum tempo depois de sair da cama, lembro. Na verdade só lembrei depois do café feito, quando olho para o escorredor de pratos e vejo minha caneca com o emblema do clube. Minha caneca que ninguém ousa tomar um copo d’água. Vazia, como anda o estádio, vazia como andam as nossas esperanças, vazia de dias melhores, vazia de futebol, vazia como nossos administradores, sem nada de Coritiba dentro, esperando por mim em mais uma sexta-feira de futebol, que aos poucos vai sendo arrancado da alma de cada um de vocês.
Trouxeram este Coritiba até aqui, com este sentimento pequeno, quase sumindo dos nossos corações, ficando apenas este fio de esperança.
E que ao final do dia, por um trabalho dos deuses do futebol, por um acaso, vencemos e logo no dia seguinte teimosamente acordamos diferentes. Querendo acreditar que é possível fazer renascer, mesmo que à fórceps, o sentimento que todo torcedor merece que é o respeito à sua inteligência, e principalmente o nosso amor pelo Coritiba.
Força, Coxa!
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)