Arquibancada
No esporte de alto rendimento tem uma máxima que diz que descanso também é treino. Uma necessidade do corpo para não entrar em fadiga, como alimentação também é treino.
Um atleta que usa seu corpo como ferramenta de trabalho, precisa tratar e se cuidar de forma diferente do que fazemos conosco, seres comuns. Precisam de descanso, alimentação e treinos de forma organizada e planejada conforme a fisiologia de cada um.
Por isso, pagam um preço de uma vida útil de trabalho bem menor do que a nossa, que ao contrário deles, usamos o corpo apenas para nos locomover de um lado para outro. E exigimos dele apenas quando queremos, mas que não é recomendável fazer isso sem orientação de um profissional ligado a medicina do esporte ou da educação física.
Por isso tudo e muito mais, jogador de futebol uma vida que muitos confundem com mordomias, com cuidados diferenciados como salários infinitamente muito distantes da média nacional. Mas isso é tema para outra conversa.
O problema é que muitos destes atletas, ou uma grande parte deles, confunde tudo isso e com muita irresponsabilidade não consegue lidar com este excesso de dinheiro, de atenção, glamour e se perde pelo meio do caminho, não terminando o ciclo natural que em muitos casos seria de uma vida profissional mais longa, mas que nem sempre consegue terminar o ciclo. Perde o futebol, perdemos nós torcedores e principalmente o atleta que em muitos casos vai do céu ao inferno num curto espaço de tempo.
Não há clube de futebol profissional que não tenha vivido pelo menos um destes casos, e nem torcida se lamentado com a perda de um talento que prometia e que acabou não vingando, tamanho é p número de atletas que se perdem no meio do caminho e que nos nem ficamos sabendo.
Alguns casos famosos, os mais badalados pela mídia, expuseram muitos destes atletas. Outros conseguiram passar pelo anonimato e quando a gente percebe, o que parecia ser uma revelação, acaba e desaparece, sem que se se fale ou se justifique. Quase sempre pra preservar a imagem do atleta e de sua família.
Quando na semana passada me referi a Zé Roberto, falei de um exemplo completamente diferente do que digo agora. Estes casos são mais recentes não fazem parte daquele contexto. Zé Roberto era fora de série. Não há mais por aí, jogador como ele. Nem parecido.
Os de hoje não podem ser comparados nem com ele e nem com o futebol daquela época. Como muitos por aqui chegaram a comparar. Zé Roberto jogava em qualquer situação, hoje não há mais condição disso acontecer.
Como bem disseram, o futebol romântico não existe mais. Hoje o futebol é um grande negócio e nele só sobrevive quem trabalha muito, certo ou errado, mas precisa trabalhar.
Não há mais espaço para Zés, Romários, Renatos Gaúchos, Dadas, Garrinchas, jogadores de uma malandragem que acima de tudo levava alegria à arquibancada, e que hoje nos impõe, uma outra malandragem: a que nos leva bens em penhorados, com ações trabalhistas, altos salários sem que sequer joguem pelo clube que paga seu salário, caso que vive por exemplo o Coritiba nos dias de hoje... uma malandragem que precisa ser banida do futebol.
Quem sabe seja preciso aproveitar momentos como o de agora, de Copa do Mundo, quando o futebol ganha projeção mundial, para repensar e discutir estes valores, porque eles andam mesmo ajudando a tirar um pouco da graça que ainda resta ao futebol.
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