Arquibancada
Após a vitória sobre o Volta Redonda, publiquei nas minhas redes sociais um vídeo lembrando que, naquele momento, o Coritiba assumia definitivamente vida nova na competição, trocando de personagens. Saíram de cena nomes como Bruno Dancona, Treecorp, Willian Thomas e Mozart. Trocamos por Jaci, Josué, Ronier, Morisco, Maicon e Seba.
Pois não é que nas rodadas seguintes, estamos de volta ao mesmo cenário, com os velhos personagens!? Acho que é porque futebol se faz de culpados e exaltados. Como não há o que exaltar, ressuscitamos os culpados.
Sigo aqui à espera de um fato novo, além dos mesmos exaustivamente enumerados pelo Mozart nas desgastantes coletivas, quando se refere a erros que precisam ser corrigidos.
Ele fala de um jeito que até parece que os erros são novos e durante os trabalhos da semana seguinte serão resolvidos. Mas não, se repetem como contra o Criciúma nesta quinta-feira.
Mozart cita a falha como um fato novo, lembro de pelo menos três situações semelhantes ou iguais como tomar gol de bola parada ou de lateral. Também acho que lhe falta repertório para mudar o time já nos primeiros 15 ou 20 minutos, quando todos percebem que a coisa tá a um passo do xabu.
Da área técnica, parece não haver orientação para arrumar a casa, visivelmente desorganizada, sem plano B para contra-atacar o adversário que entrou em campo armando uma arapuca, de onde o Coritiba não consegue sair.
Não classifico o modelo de jogo de Mozart como retrancado. Retrancado era o Jorginho. O problema do Coritiba está em algumas invenções que ele justifica como bons resultados em treinos e a falta de qualidade, especialmente do ataque.
Com todos estes anos de futebol, Mozart deveria ter aprendido uma das máximas que treino é treino e jogo é jogo. Falta malandragem ao Mozart, olhar além do feijão com arroz do futebol.
Mozart me parece muitas vezes pragmático, lhe falta malandragem. Quem sabe recuperar o que viveu em campo como atleta e mesclar com os conhecimentos de sua vida de sucesso como treinador. Olhar e entender o futebol como algo dinâmico e achar o talento de repassar isso ao seu grupo.
Como te defender, Mozart, quando a gente olha para o teu time e vê em campo um 11 desorganizado, nervoso… pouco profissional?. Como acreditar que no jogo seguinte haverá mudança de chave? Como acreditar que nos treinos seguintes tudo será resolvido, assimilado e executado. Porque se não for assim, a maionese desanda de vez.
Disse durante todos estes meses que, nesta série B, entre os 10 ou 12 times, ninguém é melhor que ninguém. Nós tínhamos dois diferenciais, Morisco e Josué, às vezes Ronier, além da sorte que nos ajudou por longas rodadas. Agora, nem Josué e nem os milagres de Morisco estão entrando em campo.
Também disse estes dias que vim até aqui e sigo apoiando. Claro, estamos junto, mas acreditando que só um trabalho psicológico para arrumar a casa, além do santo milagreiro que agora precisa ser você, o treinador. Ou que ao menos ache uma forma nova de jogar ou que consiga achar um atacante que faça gol, um treino que se repita no jogo, um adversário que se intimide e que tenha o retorno do bom futebol do Josué, do Ronier e do Morisco. Também que a defesa seja ouvida quando o treinador diz que tomar gol de lateral é infantil.
Um último ponto: antes da partida contra o Criciúma, eu disse que tinha certeza que o Mozart tinha preparado algo diferente para o jogo. Pela necessidade de ter que vencer. Não foi o que aconteceu. Reafirmo que para segunda-feira, contra o Avaí, o Coritiba precisa de algo novo, porque do contrário…
Oremos!
Que assim seja!
Amém!
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