Arquibancada
Fico aqui imaginando o conteúdo da conversa do Porfirio com o Manga na proposta de sacanear o Coritiba e se dar bem, ainda levando uma grana com isso. Claro, não vou reproduzir o que imaginei em respeito a todos . Porque é tema impróprio para torcedor Coxa- Branca, pelo menos neste momento quando o mundo parece desabar sobre nossas cabeças, prevalecendo a máxima de “nada está tão ruim que não possa piorar” e neste caso com requintes de crueldade porque indiscutivelmente, hoje, Manga é ou era? - nosso principal jogador.
Se você perguntar pra qualquer torcedor quem ele manteria no time, Manga estaria numa lista de três nomes ou com um pouco de otimismo, quem sabe o único.
Escrevo aqui ainda sem saber oficialmente qual a decisão dos novos administradores do clube sobre o caso, mas me parece não terem outra saída: Manga tá fora e desta vez com contrato rescindido, mesmo que ainda seja o único de uma lista que se somada com mais 10 outros atletas, possam nos salvar desta situação histórica que este grupo nos meteu.Manga não tem mais clima dentro do elenco e de herói passa a vilão/traidor que não honrou e não respeitou a camisa que vestiu.
O tema nos leva a uma série de conjecturas, mas para mim prevalece o sentimento de traição. De ter depositado em uma pessoa a admiração, a confiança e de ter visto nele a mesma vibração que vem da arquibancada, uma sintonia nas comemorações poucas vezes vista nesta relação entre torcida e atleta.
Mas Manga apenas confirma tudo que vi nestes meus anos de aproximação com o futebol. Na média, estes caras, especialmente no Brasil, são muito mal formados. Intelectual e profissionalmente. A culpa não é deles, mas de toda a sociedade que forma cidadãos nascidos para “se darem bem”, não importa se para isso seja necessário prejudicar alguém. Ainda vamos pagar um preço muito alto por isso, pela cultura social que alimentamos e pouco fazemos para mudar.
Imagino que daqui pra frente, o leitor mais afoito já deve estar metendo a boca em mim, deixando prevalecer o espirito torcedor, pensando ou até dizendo que cada um precisa pagar e assumir as consequências do que faz. Porque assim é esta nossa sociedade. Se é isso, você perde seu tempo. Não proponho um tratado sociológico. Proponho apenas a reflexão um pouco mais ampla deste momento do Coritiba. Não tenho a verdade e nem sei o caminho, mas sei que nosso problema é muito maior do que parece. Muito além do futebol e espero que o grupo da SAF também entenda assim. Acho que são duas prioridades: a primeira de tirar o Coritiba desta situação para fugir do rebaixamento enquanto é tempo. O segundo momento é planejar o futuro para aos poucos tirar o pé deste atoleiro que completa decadas de sofrimento.
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