Arquibancada
O mau humor tem raízes de anos de insatisfação, culminando com mais um rebaixamento. Não que a reforma do Couto seja o menor dos nossos problemas, mas de fato o momento para a proposta é bem inadequada. O que mostra o despreparo da Treecorp na lida com público, especialmente o público do futebol, sem levar em conta as condições que está a torcida Coxa.
Também não sugiro que procurem um sociólogo ou um psicólogo para entender melhor a torcida do Coritiba. Só um pouco de sutileza neste momento quem sabe seja bem oportuno.
Quanto ao tema em questão- a reforma do Couto Pereira, acho que a melhor definição, ao preço de reduzir a capacidade do estádio, acima de tudo revela o planejamento a longo prazo idealizado pelos novos administradores do clube: pensam um Coritiba pequeno nos próximos anos, digno de apenas 30 mil espectadores, mesmo se em boa fase, com um time montado para brigar pela ponta das competições em que participar.
Se agora, com promoções, portões abertos para convidados, mantivemos uma média de 23 mil pessoas, não resta dúvida que com um time minimamente convincente, em determinadas partidas vai faltar estádio e muita gente que vai ficar de fora.
Neste turbilhão de fechamento de campeonato, com a queda eminente, a proposta de um time mais técnico e convincente para 2024, seria talvez a conversa que a torcida mais espera. Me refiro ao torcedor equilibrado, capaz de conversar e discutir ideias, que concatena tico e teco.
Mas como conversar com a torcida parece não ser o forte da SAF, seguimos aqui falando sozinhos. De um lado o torcedor esbravejando e do outro a SAF se fazendo de lunática com o time caindo para a segunda divisão do Brasileirão, a 7ª - 1989, 1993, 2005, 2009, 2017 e 2020...
O bicho vai pegar mesmo quando for decretado o rebaixamento de 2023. A partir daí, com as provocações nas redes sociais, o anúncio do rebaixamento pela imprensa, vão aflorar os instintos incontroláveis de muitos. Os ânimos se acalmam passadas duas ou três semanas, lá pela segunda quinzena de dezembro e retomam nas primeiras movimentações de montagem de elenco para 2024. É o comportamento habitual pós- rebaixamento, já quase incorporado ao calendário Coxa-Branca, uma rotina que insiste em não acabar.
A diferença nesta transição de 2023/24 é que pela primeira vez o comando estará nas mãos da SAF e a gente ainda não sabe o que esperar quando a poeira baixar, mas sigo sugerindo oração, yoga e para os mais rústicos, contar até três.
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