Arquibancada
Ando me irritando com o otimismo exagerado, a convicção e a segurança com que Eduardo Batista tem encarado as coletivas de pós-jogo. Além de garantir que o Coritiba sobe, ainda consegue afirmar que vai conseguir dar algum padrão ao time.
Tudo isso sem ficar vermelho, sem demonstrar uma titubeada sequer, sem ter no olhar um vacilo. Eduardo fala como se de fato acreditasse no que diz. O problema é que esta conversa subestima a inteligência de quem conhece um pouco de futebol. Parece que anda convivendo muito com Samir, outro que dá a impressão de acreditar em milagres.
Não conheço Eduardo Batista e não vai aqui nenhuma crítica pessoal, até porque me parece ser boa praça, um cara bem intencionado. Mas por azar nosso, é o cara que está no comando do Coritiba e ainda não convenceu.
É verdade que com este time que lhe deram para comandar, não há mesmo muito o que fazer, mas é aí que começam minhas dúvidas com as convicções de Eduardo Batista.
Como acreditar que vai acertar um time como este, com estas peças, com esta qualidade? Por mais político que esteja sendo, tentando melhorar a autoestima do grupo, a mim parece que todos ali trabalham no limite. Não se trata de má vontade, mas incompetência mesmo. E diante disso, não há alto astral de treinador que resolva.
Por isso, a responsabilidade não é nem dos atletas e nem de Eduardo Batista. Os culpados ocupam gabinetes, não jogam futebol e parecem não entender muito bem estas coisas de dirigir um clube da grandeza do Coritiba.
Quanto aos esquemas táticos e técnicos, me parece que Eduardo já experimentou o que podia. Logo, não consigo ver futuro no trabalho dele. Nada mais é possível fazer. Eduardo fez o que podia e precisa sair. A partir daqui, apenas o sobrenatural de almeida.
A hora da mudança é agora, na virada do primeiro pro segundo turno. Se não deu certo até agora, por que daria mais na frente?
Não se trata de tentar puxar uma campanha contra o treinador. Trata-se do meu entendimento de torcedor que, ainda acredita que com a troca de treinador seja possível a última munição que resta a Samir, para salvar um projeto que não deu certo.
Com tudo que vi nestes primeiros 7 meses, diria que seria um grande lucro e salvaria todo este primeiro ano, caso o Coritiba consiga estar entre os quatro finalistas da série B em 2018. Não só porque a partir de agora, mesmo com outro treinador, com este grupo formado, as chances já são muito pequenas. Além de sorte, também vai precisar de alguma competência que ainda não vi.
Se assim não for, Samir terá problemas muito sérios no restante de seu mandato. Muito mais do que imagina e muito mais que todos os seus antecessores tiveram.
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