Arquibancada
Em outras palavras: “política na hora de fazer política”. O momento é de unidade, de juntar os cacos e recolocar o Coritiba nos trilhos. O debate político será bem-vindo nas próximas eleições. Foi o que ficou claro no movimento iniciado por um grupo de torcedores, que ontem teve seu ponto alto com uma palestra de René Simões, que chamam de MIT – Movimento de Integração da Torcida.
Com um número bem razoável de torcedores - chamados de formadores de opinião, mais de 100 seguramente – René Simões não foi surpreendente e tão pouco comovente. Se a ideia era sensibilizar, não sensibilizou. A cada instante daquela conversa, pensei: isso seria mais produtivo se trancassem o Samir numa sala e lhe dissessem isoladamente tudo isso.
A unidade que o movimento busca, só terá sucesso se as portas da soberba de Samir for aberta. Mesmo que se privilegie o Coritiba, e é o que precisa ser feito, por isso o movimento é válido, isso tudo só terá consequências se houver RECIPROCIDADE. Ninguém melhor que o torcedor, sabe da sua importância e do seu papel. O que acontece agora é o limite desta relação que já dura um ano e ainda parece ter apenas um lado interessado em buscar o melhor ao clube. Sei que não é. Samir também quer o melhor para o Coritiba, mas às vezes a imagem que vende, é bem outra.
Mais uma vez, tudo vai depender do sucesso ou não, do que foi refeito para começar 2019. Com alguma competência, não precisa ser muita coisa. Algumas partidas razoáveis, ou pelo menos convincentes neste início de temporada, o MIT pode ganhar força e com isso credibilidade e adesão. Do contrário, dependemos do óbvio: resultados que há um ano são ainda piores do que foram nos recentes anos na vida do torcedor Coxa.
Ainda depende da química que precisa acontecer entre os atletas recém chegados, porque ainda estamos muito longe de ter um bom time de futebol. Então, nos resta torcer por esta química.
A mesma química que nos salvou em outras oportunidades, como em 2007, em momento bem lembrado por René, em sua explanação na noite de ontem (15), no espaço Belfort Duarte. Não era um grande time, certo, mas deu tão certo que parecia ser um bom time, mesmo que com nomes de pouca ou quase nenhuma expressão. A começar pelo próprio treinador que não era lá uma Brastemp, mas que serviu bem no comandando daquele grupo. Tanto que em outros clubes, René sempre foi um treinador como tantos outros por aí.
René tem a seu favor uma coisa que falta no futebol de hoje: verbalização do que quer e pensa. Sabe falar, sabe mexer com um grupo, sabe fazer a leitura de um contexto. Mas habilidade que funciona bem num grupo de boleiros, sem o mesmo efeito entre pessoas com as mesmas capacidades de percepção, como no caso de ontem na sua exposição no MIT. Por isso não sensibilizou, não empolgou. René é bom, mas só no futebol, não no mundo corporativo, como alguns podem supor.
Estamos juntos, sim amigos e René Simões. Tudo pelo Coritiba. Tanto que sou capaz de novamente, depois de sei lá quantas vezes, recomeçar (mais uma vez), em nome desta união que tanto precisa o clube, neste momento muito especial.
Tão especial que precisa ser visto com outros olhos, para perceber a sutileza deste momento delicado. Por isso, quem sabe, a frase da manchete acima, seja mais importante agora: Política na hora da política, agora não... independente de quem quer que esteja no comando do Coritiba. Simpatize ou não com o comandante.
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