Arquibancada
Coxa-branca é decididamente um sofredor por vocação. Não pelo que de bate pronto pode supor a palavra sofredor. Me refiro ao sentimento de sofrimento.
Por genética, por vocação, por masoquismo, escolha e fique à vontade para interpretar como quiser. A verdade é que o torcedor Coxa vai sempre buscar uma ponta de desconfiança, por melhor que sejam os resultados e o momento do time em campo.
É só pegar as últimas façanhas e concluir o que digo.
Tá certo que ainda não temos nada definido quanto à classificação do time para a série A do ano que vem, mas pelo menos agora tudo indica que já navegamos em mares menos revoltos e até com um pouco de sorte, quem sabe podemos almejar algo mais ousado? Carpegiani conseguiu dar esta segurança.Ainda assim, há os que não sossegam e seguem com uma pulga atras da orelha.
A décima segunda colocação na tabela e o número de pontos não dão mesmo muita folga, é verdade, mas muitos, ao contrário de festejar a heroica classificação para a fase seguinte da sul-americana e a goleada na rodada de ontem, contra o América, ainda torcem o nariz. São os que não conseguem relaxar e já s apresentam preocupados com o contrato de Veiga e outras coisas mais, por exemplo. Os mesmos que também sofrem por antecipação. São os que sempre criticaram Alan Santos e agora lamentam a nova contusão do atleta que deve ficar muito tempo fora... E assim segue o muro de lamentações. Às vezes com reclamações justas, outras também, algumas não, mas quando dá pra relaxar e comemorar, preferem ainda reclamar.
Depois de desbancar o time argentino na sula, ouvi muita gente dizer que a fase boa só seria confirmada se vencesse o América. Venceu bem, com goleada. Pois hoje, vejo muitos com novas preocupações. E assim parece que será eternamente. A desconfiança está no DNA Coxa-Branca.
Ouso dizer que quando o dia do bicampeonato brasileiro chegar, esta turma estará preocupada com o Tri. Ou com o título da Copa do Brasil que ainda não temos. Um pessoal que não se permite festejar. Nãos e trata de uma crítica. Sei bem o que é isso. Eu mesmo me pego muitas vezes assim, mais preocupado do que relaxado comemorando algo. Fomos ensinados assim, a sempre querer mais.
Este sentimento justifica a indignação quando de fato as coisas vão mal e precisamos mesmo reclamar. Oras, reclamamos quando não temos razão, imagina quando nos dão motivos?
Somos mesmo um bando de reclamões, ranzinzas, azedos eternamente preocupados. Funcionamos como um alarme que dispara no menor sinal de incêndio, mesmo quando só há fumaça.
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