Arquibancada
Quando a gente pedia o mínimo de dignidade neste final de brasileiro, era pra cair de pé, de não terminar na última colocação, somar o maior número de pontos para entregar algo um pouco melhor do que fizeram, para deixar o torcedor ainda envolvido, de cabeça erguida. Mesmo que a esta altura, com a autoestima em baixa, porque a gente ainda achaVA que 2024 seria melhor. A esta altura, nem esta certeza tenho mais.
Mesmo que eu admita que a SAF era inevitável, parece que erramos a mão na escolha. Não, não se trata de arrependimento de ter votado pelo SIM no referendo dos sócios pela SAF. Ainda acho que a forma de Sociedade Anônima foi a única salvação do Coritiba, mas o grupo escolhido parece não ter nenhuma identidade com o clube e torcida. Pior, não fazem força para isso.
Decidimos ter filho sem casamento, mas erramos na escolha do pai. Até que prove contrário, a SAF ainda não acertou em nada. Embora digam que não, mas estão no comando há mais tempo do que admitem e, em todas as ações colecionam junto com o Conselho da Associação, tropeços atrás de tropeços.
Da demissão de Guto ao seu retorno, há exatos 12 meses. Ou seja, há um ano sem que tenham tido sequer acertado uma só vez. Como não levaram o torcedor em conta, e nem levarão, não acredito que tenhamos algum peso em decisões futuras, mesmo sendo maioria.
O apoio de mais de 90% recebido no começo, já não existe mais. Para não pontuar os erros, olhando genericamente, o grande pecado passa por duas questões que considero as mais importantes: a relação com o torcedor, o principal consumidor do produto que precisam vender, e a falta de profissionalismo no comando do produto do Coritiba Foot Ball Club que é o futebol.
O planejamento para 2024 é muito tímido para um calendário que começa mês que vem, precisamente daqui a um mês e meio. Além de Guto no comando técnico, temos mais dispensas e possibilidade de quebra de contrato do que anúncio de reforços, para a remontagem do elenco. Parece não terem entendido que o problema do Coritiba não é o da média do futebol brasileiro. Trata-se de um clube rebaixado, cujo elenco é fraco tecnicamente e a lista de dispensa é pelo menos três vezes maior do que anunciaram até aqui.
O problema se agrava quando os primeiros movimentos indicam a necessidade de montagem de um novo time, ainda sem Marcelino Moreno, Sebastian, Bruno Gomes e Slimani, que deveriam estar entre os poucos que deveriam ficar. Confirmadas estas informações, um mês e meio é pouco para reposição. O ano acaba junto com todo o time, sem sequer ter uma espinha dorsal para o ano que vem.
Desde o decreto do rebaixamento na rodada de derrota para o Fluminense, empatamos com o Botafogo, numa partida que só valeu pela história do resultado nos 90 minutos, mas sucumbimos diante do Bragantino numa melancólica derrota, numa apatia de dar dó, sem que ninguém tenha se salvado, com exceção do Morisco, aliás, a grata e única boa notícia de 2023.
Voltamos a nos postar de joelhos e seguindo para a derradeira rodada precisando de uma maca que nos leve ao divã do analista, que terá papel fundamental para nos devolver a autoestima, para nos dar algum motivo para seguir envolvido com a instituição.
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