Arquibancada
Não sei como, mas me sinto provavelmente também como vocês, obrigado a fazer algo, não conseguindo deixar o assunto apenas em um parágrafo, como fiz no texto anterior, que publiquei ainda hoje cedo, no calor da notícia.
O tema não me sai da cabeça. Me dói , como em muitos... absurdamente. Quem sabe devesse esperar mais um dia para dizer algo, mas a intuição me diz que devo entrar nesta história agora.
Abri o computador, sem saber direito que caminho tomar, o que exatamente escrever. Não consigo achar nada que se compare a esta tragédia, nada que conforte estas famílias, que diminua o sofrimento desta gente, de uma cidade inteira. Nada será maior que isso. Nada é mais importante para todos eles do que a perda de seus familiares.
E nada deve ser maior também para nós também, que o sofrimento desta gente, neste momento. Por várias razões. Mas principalmente porque somos irmãos de alguma forma, porque escolhemos o futebol como ponte que nos une, porque temos em comum uma paixão. E também porque acima do futebol ainda está, ou deve estar a solidariedade. Um sentimento humano que anda se perdendo. Quem sabe seja um bom momento para resgatá-lo.
Mesmo que não houvesse nada disso, ainda assim, seria momento para parar tudo e pensar no tamanho de tudo isso.
Não há o reconhecimento do Atlético Nacional da Colômbia, com a Chapecoense sendo declarada a legítimo campeã da Sul – Americana. Não será suficiente a sugestão do Grêmio, do São Paulo, de ceder atletas para a Chape disputar o brasileiro de 2017. Não há comoção nacional, não há luto oficial declarado por autoridades , não basta o envolvimento do mundo com esta tragédia. Nada diminue a dor e o estado de choque que a morte destes atletas causa em todos nós e principalmente em seus familiares e torcedores.
Ainda estes dias publiquei aqui um texto sobre minha torcida pela Chape, nesta final de Sul- Americana. Terminei dizendo que eu seria “Chape desde criancinha”, me colocando como seu torcedor nesta final, que seria disputada honrosamente em nossa casa, no Couto Pereira.
A sugestão não é minha. É do meu amigo Osni Bermudes Filho, que propõe ao dirigentes Coxas, uma homenagem especial no dia, na hora em que a partida entre Chapecoense x A. Nacional seria realizada no Couto, dia 7 de dezembro .
Com luzes no centro do gramado, iluminando o emblema da Chape que poderia estar no circulo central. Uma homenagem bonita que certamente colocaria o Coritiba como nosso representante neste momento de homenagem. Num sentimento que seguramente é de todos nós Coxas e de todos os torcedores.
Vou um pouco mais longe: sugiro que no mesmo momento seja celebrada uma missa ecumênica, no centro do gramado, convidando todos os torcedores de Curitiba. Coxas, atleticanos e paranistas. Todos misturados.
Numa demonstração de solidariedade e união de forças por uma cidade, juntos por uma causa que também nos comove.
Força, Chape!
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)