Arquibancada
Pela conversa que tivemos com Sandro Forner, há pouco mais de um mês, aqui mesmo na TV COXAnautas, percebi nele um cara muito ligado nas manifestações da arquibancada. Gosta de repercutir, principalmente no intervalo, no vestiário, as manifestações da torcida, seja em derrota ou em caso de vitória. Comportamento sábio para quem trabalha com atletas em formação, porque sabe que os gritos da arquibancada influenciam.
Isso me lembra o maior estrategista que o Coritiba teve como treinador, Elba de Pádua Lima, o Tim, que mudava um jogo no intervalo. Guardadas as devidas proporções e mal comparando. Mais abaixo quem sabe consiga me explicar melhor sobre esta comparação.
Vi e ouvi muitas vezes isto, que "Tim era o cara que mudava um jogo no vestiário". Talvez tenha sido o momento mais determinante de minha vida no futebol. Porque era criança, não entendia destas coisas direito, mas ficava muito atento a comentários de rádio e dos adultos que me levavam ao campo - meu pai, tios e primos mais velhos. Fui ouvindo e aprendendo que “Tim era capaz de virar um jogo no vestiário”, diziam eles. De que forma? Mudando o time, reorganizando as peças, às vezes com uma ou duas substituições. Tim via coisas que os mortais não viam. Não sei se Sandro tem esta capacidade. Também não sei das suas conversas com seus atletas, mas sei porque me disse que usa muito isso, a conversa de intervalo para mudar uma história.
Se Sandro Forner ainda não é um Tim, pelo menos parece ter uma das qualidades dele, que é saber tirar proveito do intervalo, quando necessário, com conversas que gosta de ter com seus atletas. Aliás, uma conversa diferenciada, porque é um trabalho de anos com uma categoria de jogadores que precisa de uma atenção especial, que são os meninos em começo de carreira.
De Tim a Edú Coimbra, que certa vez, numa conversa na lateral do gramado, me disse que às vezes, com um time como aquele que tinha em 89, não precisava de treinador. Com Osvaldo, Serginho, Carlos Alberto e Tostão; Kazu e Chicão na frente, tinha ele o papel muito mais de psicólogo do que de técnico.
Do estrategista Tim ao psicologo Edú, aposto na esperteza de Sandro Forner que de bobo não tem nada. Espero que seja a bola da vez, que com sua experiência na base, de trabalho de longos anos com garotos, seja ele o cara que vai acertar tudo isso e fazer, com mais algum tempo, e nossa paciência, fazer este time jogar o suficiente para nos dar as alegrias que queremos e precisamos.
Serginho Prestes, em sua entrevista à TV COXAnautas, em sua última edição que está no ar, lembrou bem que é neste momento que se tem os atletas que serão de fato profissionais daqui pra frente. São os que correspondem, tremem ou não. Os que sabem se impor e estarão seguros para seguir uma carreira profissional. Que vão olhar para o banco, depois de uma falha, e saber que tem o apoio do treinador.
Alguns já disseram que sim, que estão prontos. Caso de Thalisson Kelven e Yan Sasse. O resto certamente será testado aos poucos por Sandro Forner, no decorrer do campeonato.
Não se trata de passar a responsabilidade para ninguém. Assume quem quer, ninguém tem obrigação de nada, mas parece que mais uma vez a torcida esta sendo chamada a colaborar, em pelo menos não cobrar da piazada que começa este Paranaense. Para muitos sei que é um fardo e a paciência não tolera mais nenhuma espera.
Eu estarei aguardando com muita ansiedade e paciência tudo que se fala desde novembro, quando começou o processo sucessório no Coritiba. Parece não haver outra alternativa, a não ser esperar e torcer por isso. Se não for assim, ficamos como cachorro bravo na coleira, latindo e sem sucesso.
Fico na torcida pelo sucesso de Samir e seu G5, de Sandro e toda a garotada, que ao lado de alguns experientes, como Wilson, Kleber, Alecsandro, João Paulo e W. Matheus, defendem a partir deste domingo, as nossas cores em mais um Campeonato Paranaense.
Sob a luz de Tim, da competência de Edu Coimbra e iluminados por alguns craques que ajudaram a construir a nossa centenária história vitoriosa, reencontremos o nosso caminho de sucesso.
Sorte, meninos! Tamo junto!
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