Arquibancada
Lembro que em anos anteriores, quando vivia situação semelhante, brigando pela parte debaixo da tabela, os dirigentes da época se desdobravam para fugir da segunda divisão que se anunciava. Culpados, incompetentes ou não, mas havia mobilização. Agora não, a inércia parece ter tomado conta de todos.
Ainda não perceberam, mas a situação é mais desfavorável que dos últimos 3 anos. Historicamente havia um “sacode” no departamento de futebol, assim que percebiam algo errado. Nas últimas 10 rodadas o time reagia e aos poucos conseguia sair da zona de rebaixamento. Em apenas uma vez terminou precisando da última rodada pra se salvar, mas o risco já era quase nenhum.
Agora não, vive uma situação nova. Começou bem e no final do primeiro turno perdeu a pegada do começo. Não consegue reagir, entrando devagar, aos poucos na zona de rebaixamento. Já estivemos lá, saímos, mas por um milagre ainda não voltamos.
Além de começar mal o segundo turno, deixando que um time quase morto, volte a respirar (Atlético- GO). Antes que seja tarde, o velho e bom “sacode” no departamento de futebol, pode ser uma tentativa de tirar o Coritiba desta situação, mas me assusta a falta de atitude desta diretoria e por isso não vejo um futuro promissor.
Até agora, apenas dois nomes se anunciam como pretendentes as vagas ainda disponíveis no time. Na meia cancha e na zaga, mas que não devem ser esperadas como solução para os outros inúmeros problemas que têm o Coritiba.
A contratação do zagueiro Cleber Reis, (que deve estar em Curitiba amanhã) já é questionada, como mais uma daquelas clássicas feitas para o departamento médico e não para o departamento de futebol. Mais parecemos uma escola de medicina esportiva, o melhor espaço para residência médica da cidade. Dizem que Cleber tem histórico de lesão no joelho. Já o meia Rafael Longuine, um jogador com mais qualidade, este sim, pode vir a contribuir na criação da meia cancha, mas mesmo assim, ainda é muito pouco para as necessidades.
Restam ainda as esperanças no retorno de Kleber e de Anderson e que Galdezani fale menos e jogue mais. Sem levar em conta que quando Kleber e Anderson voltarem, ainda terão contra eles a retomada do famoso ritmo de jogo, que deve levar duas ou até três rodadas, que pode ser tarde demais para as pretensões do clube.
Em entrevista neste começo de semana, o treinador Marcelo Oliveira - com toda a educação que lhe é peculiar - deixa claro que nem Keirrison e nem o alemão, Alexander Baumjohann, devem ser considerados como solução ou esperança.
Mesmo que recupere a forma física, Keirrison terá que superar Alecsandro que tem como seu substituto Henrique Almeida. Ou seja, Keirrison é a terceira opção do treinador. Quanto ao alemão, quem sabe ano que vem a gente consiga vê-lo estreando no regional. Há quase dois meses aqui, ainda não reúne condições técnicas de jogo, segundo Marcelo Oliveira. Ou nossa diretoria é tão estratégica que consegue fazer planejamento assim, a tão longo prazo? Montando um time já pro ano que vem? Só eu é que não vejo isso?
O planejamento, completamente ausente da administração Rogério Bacellar, precisa ser revisto e retomado o mais rápido possível.
Quem sabe não tenha chegado a hora do presidente Bacellar deixar de lado seu espírito nada austero e passar a cobrar finalmente esta falta de competência de Alex Brasil e de Ernesto Pedroso? Ser presidente do Coritiba, segundo nos diz as últimas eleições do clube.
Parece ser a reta final, a última oportunidade de melhorar um pouco a imagem negativa, desastrada e já bastante desgastada da administração de Rogério Bacellar.
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