Arquibancada
Se logo no começo da semana anunciaram que a contratação de Gilson Kleina estava mais do que encaminhada, por que agora o silêncio sobre o assunto? Certamente porque algo deve ter travado a negociação no meio do caminho. Mas da mesma forma que se anteciparam dando como certa, por que agora não explicam melhor, para que a torcida possa acompanhar o assunto e finalmente encerrar esta conversa?
Quem sabe talvez porque seja o primeiro técnico no Brasil que já caiu sem sequer ter começado seu trabalho? Convenhamos, chegar num ambiente de trabalho onde a gente sabe que não é bem-vindo, mas sem ter tido pelo menos a oportunidade de mostrar que sabe trabalhar, é no mínimo uma covardia.
Tudo bem que o currículo recente de Gilson Kleina não é dos melhores. Que vem de um clube recém rebaixado, mas estamos no futebol há anos e sabemos que a medida não é esta. Eu também apostava em outro nome.
Em coluna anterior, logo que o Coritiba confirmou ser mais um na série A de 2016, me manifestei contra a permanência de Pechequinho no comando técnico, razões que justifiquei lá, e não creio ser necessário voltar ao tema. Mas como a maioria, eu também esperava alguém mais de peso para o cargo.
Kleina não tem minha total aprovação, mas terá minha paciência, caso venha. Assim como me apresento crítico em todas as questões que dizem respeito ao Coritiba, serei com ele ou qualquer outro, mas na hora certa, no momento quando perceber erros, como foi com treinadores mais recentes.
A questão crucial passa muito mais na montagem do time do que pelo nome do próximo treinador. Aliás, esta é a primeira questão: Kleina ou qualquer outro treinador terá autonomia para montar seu time? Ou chega com o que vão lhe oferecer e não mete o bedelho nesta montagem?
Já vi pelas redes sociais, gente sugerindo uns nomes do próprio Avai. Oras, se Kleina não serve, porque rebaixou o Avaí, por que além disso ainda precisa vir com o grupo rebaixado? Aí sim, o perigo começa a nos rondar. Mas isso tudo ainda é só especulação. Nem Kleina, nem contratados. De concreto, temos apenas o lateral Ceará.
A contratação de Kleina é questionada pelas campanhas feitas no Avaí, aqui mesmo no Estado, no Paraná Clube, mas poucos lembram do trabalho feito na Ponte Preta e Palmeiras. Na balança, a coisa se equilibra e mesmo assim, Kleina apaga a má imagem se tiver um bom time na mão, e com um pouco de sorte e inteligência, conseguir montar o time que julga ser adequado para o Coritiba, penso eu.
Mas não dá pra negar que uma vantagem o novo treinador já leva sobre os anteriores, pelo menos sobre os mais recentes: os ânimos internos, a ingerência maléfica de bastidores, especificamente da superintendência de futebol, não deve mais ser impedimento. Coisa que andou atrapalhando muito os últimos treinadores. A saída de André Mazzuco já dá uma trégua ao começo de trabalho de quem quer que seja.
Seja Kleina ou outro nome, será o mais importante do ano. O segredo está na montagem do time. Ficando ou não, o próximo treinador será o sujeito que dará a forma do time para toda a temporada. Se não ficar, seja lá qual for o motivo, será dele a "cara" do Coritiba para o resto do ano. É pelo menos o que nos conta a história do futebol, a história recente do próprio Coritiba.
Em 2015, pagamos o preço de um time mal montado, já no começo do ano. Culpa da diretoria ou de Marquinhos? Problema que os outros treinadores não puderam corrigir no meio do caminho.
A torcida também pode contribuir, dando um voto de confiança ao novo treinador, mas cobrando muito mais da diretoria na montagem do time.
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