Arquibancada
O futebol em suas diversas manifestações ainda ganha como principal definição, a paixão. Às vezes em irritantes polêmicas, mas saborosa desde que permaneça o bom senso. E o problema é bem este: bom senso é quase impossível onde a paixão é o principal sentimento. Mas vamos lá.
Eu sei, com o Coritiba isso é ainda mais difícil, quase impossível. Todos tentamos, mas é certo que com esta última administração o problema está mesmo de tirar qualquer um do sério.
A genética é implacável. Vem de berço, são pupilos fiéis de administrações anteriores. Estão fazendo o pior, são capazes de se superar. Todos os dias, parece que só saem da cama depois do compromisso firmado com a incompetência: “naquele dia, fazer o pior do que fizeram no dia anterior”.
Do jeito que a coisa vai, logo uma nova classificação entra pro Aurélio, para designar torcedores de futebol e torcedores do Coritiba. Mas sabemos que antes é preciso saber separar primeiro o torcedor/dirigente do torcedor de arquibancada.
Somos uma categoria de sofredores...irritados torcedores. Assim como corinthianos no final dos anos 70 e início dos anos 80. Uma fiel torcida, mas sem títulos há décadas, ou pequenas conquistas que não condizem com o passado glorioso do clube.
Confesso que não creio no termo fiel em se tratando de Coritiba, dado o número grande de torcedores debandando. Os que ficam, ou são os bravos guerreiros e fiéis como muitos daqui ou já se foram faz tempo. Formamos um pequeno grupo que se coloca numa condição no mínimo estranha entre todas as torcidas.
Estranhamente seguimos nos lamentado, pelos mesmos problemas de sempre. Não crescemos há anos. Nos tornamos chatos, ranzinzas, mas só assim quem sabe nos ouçam.
Com média de público (quando não há promoção de ingressos), inferior a três ou quatro mil pessoas, seremos ainda menores neste ritmo de sofrimento que nos impõem.
Certamente, logo teremos uma denominação especial quando se referirem a nós. Seremos o que restará depois da era G5, um jeito simples e prático de ser, para acabar com qualquer história centenária, bonita e gloriosa.
No nível de discussão que alguns propõem, vamos primeiro então rever nosso estatuto, pra lá de medieval, para acabar de vez com esta forma ridícula e ultrapassada de gerenciar um clube de futebol.
Neste formato de cinco “mosqueteiros”, seremos os mesmos, sempre. Só depois disso discutiremos problemas mais urgentes, como o campeonato que agora disputamos para depois pensar no macro.
Problemas mais urgentes ou os crônicos? Quais devemos atacar primeiro? Os dois, claro, mas pra agora, ainda entrando na quinta rodada do brasileiro da série B, é preciso pensar em um time de futebol. Básico, não é ? Mas parece que para muitos dirigentes isso ainda precisa ser lembrado. Que o Coritiba ainda é um clube de futebol. Que no mínimo nos dêem a possibilidade de sonhar com o acesso.
Depois, quando as eleições chegarem, aproveitamos os últimos erros que cometemos em eleições passadas, para finalmente eleger quem sabe alguém que comece a promover a sonhada reforma estatutária.
O Coritiba do futuro precisa ser construído em outros longos anos, tamanha a defasagem que se criou entre aquele clube vitorioso e o de agora.
Primeiro saímos do buraco, ao preço que for necessário pagar, para mais adiante modernizar o gerenciamento do Coritiba.
Uma coisa de cada vez, mas se possível tudo agora, porque ficamos cada vez mais atrás, já abaixo da média que não é lá estas coisas.
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