Arquibancada
A história de um cara que gosta de futebol, mas acima de tudo está a paixão pelo clube dele. Na vitória ou na derrota, lá está ele. Agora, sofrendo duplamente com a pandemia que o afastou do Couto.
Às vezes penso que um clube de futebol também se fortalece em torno da energia que recebe da arquibancada.
A famosa história de dezembro de 2009, a partida contra o Fluminense, quando o Coritiba caiu, embalado por todos aqueles fatos que não sai da cabeça de quem esteve no estádio naquele dia, por exemplo. Só que naquele mesmo ano, também tem outra história e muito legal, que aconteceu precisamente em julho, no dia 15.
O Coritiba jogava contra o Grêmio no Couto, às 19:30 hs. Perdia no primeiro tempo por 0 X 1. Um pouco antes, num hospital de Curitiba, nascia a menina Isabela Almeida, filha de Ricardo Almeida.
Entre os afazeres de pai novo, como conhecer a filha, ver como estava a esposa depois do parto, Ricardo ainda ficou encarregado de levar a sogra pra casa. Depois de cumprir o papel de bom genro, olha no relógio já ligando o rádio do carro. Ouve o locutor dizer que seu time perdia por um a zero. Não teve dúvida. Ricardo segue para o Couto Pereira. Chega oito minutos antes do primeiro tempo terminar.
Lá estava ele e toda a sua alegria de ser pai de Isabela. Diz ele que aquilo era tão forte que parecia alcançar o gramado.
Cinco minutos antes do primeiro tempo acabar, o Coritiba empata a partida.
Ricardo ainda vê seu time virar o jogo no segundo tempo. Não cabia dentro dele tanta alegria.
Duas alegrias no mesmo dia. A segunda, a vitória do Coxa, motivada pela primeira, o nascimento de Isabela. Foi sem dúvida o que estava faltando naquele dia do Coritiba, do Ricardo e da Isabela.
Naquele dia, time, torcedor e filha, vibravam na mesma sintonia. “Nem pensar uma derrota no dia do nascimento da Isabela”, disse o pai vitorioso.
Agora, com pouco mais de 11 anos, Isabela já experimentou algumas emoções com a verde e branca, sentadinha com o pai no Couto, como sócia.
É assim que se faz e constrói os torcedores de amanhã.
Esta é mais uma entre tantas histórias do Estádio Major Antônio Couto Pereira. O maior do Paraná.
A história do Ricardo esteve entre as 3 melhores, escolhidas pelo Coritiba, na comemoração de um dos aniversários do Couto.
É de Ricardos e Isabelas que temos vivido.
É com histórias como esta que atletas e dirigentes precisam ser contaminados para que tenhamos de volta o velho e bom Coritiba.
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