Arquibancada
Eleitores de Rogério Bacellar estão sendo "caçados", assim como os de Dilma. Como se Coritiba e o País tivessem dois lados. O bem e o mau. Não consigo entender que não seja possível que a gente ainda não consiga conviver com esta diversidade de pensamentos, de ideias, de necessidades, de tentativas de mudanças. É verdade que umas maléficas, outras não, mas prioritariamente deve prevalecer o interesse maior que tem uma eleição: a escolha do melhor para o Pais ou um clube de futebol, nosso caso.
Os opositores de hoje se enchem de razão e cobram dos eleitos suas escolhas, como se errar não fosse humano e tão pouco permitido. A cobrança faz parte e precisa existir, mas aos administradores e não aos eleitores. Mal sabemos votar e já não nos deixam errar. Surgem os donos da verdade, como se seus candidatos derrotados fossem verdade absoluta. Ainda vamos errar muito até conseguir os primeiros acertos. E colocar quem precisa ser colocado no comando destas administrações que nos regem.
Os eleitores de Bacellar estão sendo tratados como verdadeiros idiotas e culpados, como se não tivessem a capacidade de pensar. Como se não fossem capazes de se arrepender pela escolha feita. Que independente de filosofias, acertos e tropeços, prevalece o nome que cada um escolheu.
E olha que nos dois casos, (Dilma e Bacellar), as duas opções passavam do inferno ao limbo. Sim, porque entre Vilsão e sua turma, e Bacellar e sua turma, era um tiro no escuro, assim como foi difícil escolher entre Dilma e Aécio.
As cobranças são feitas e devem continuar, mas não aos eleitores e sim aos administradores. Alguns conseguem até dar a impressão de relegar a um plano menor o processo democrático da escolha. Como se num passe de mágica pudéssemos sair desta crise que vivemos, só com a crítica. Por enquanto, até onde sei, os únicos culpados são os eleitos que se revelaram maus administradores, não seus eleitores.
Não votei em Bacellar porque não me deram este direito, mas tive toda segurança quando saí em campanha defendendo seu nome porque o conheço há muitos anos e o respeito. Honra o nome que carrega e tem em sua família uma história de trabalho pelo Coritiba.
Achei que Bacellar teria pulso e comando para segurar toda a prostituição administrativa que se instalou no Coritiba. Não teve. Bacellar foi facilmente engolido pela máquina e sua falta de pulso e a inexperiência agravaram ainda mais o podre poder.
Nos afundamos num buraco sem precedentes. Fazemos a pior campanha de toda a história do clube nos brasileiros, mas não admito ser cobrado por isso, não aceito a cômoda posição dos falastrões que até hoje só apontam erros e nunca tomam posição alguma, preferindo a parte de cima do muro. São os campões do equilibrismo. Preferem a posição mais cômoda do que dar a cara pra bater.
Mas o momento não é pra isso. Não se trata também de julgar se com Vilson ou Bacellar, ou com quem quer que seja, que as coisas seriam melhores ou piores. Todos os lados - até os de cima do muro - precisam trabalhar juntos em nome do Coritiba.
Não será levantando o dedo na cara dos adversários que os problemas serão resolvidos. Não será com a crítica pela crítica que os caminhos vão se abrir.
Se os senhores ainda não perceberam, o Coritiba chegou num ponto que pede abdicação de posições e precisa buscar força, que parece não ter mais. Todos, independente de posição política ou cargo, precisam jogar juntos e isso tem que começar agora. Não estou nem falando de manter o clube na primeira divisão. Coisa que não acredito, desde domingo, depois da partida contra o Goiás. Falo de futuro do clube. Planejar para daqui há uns 4 ou 5 anos.
De uma coisa eu sei. A chance que teve este povo que lá está, já se foi e não pode mais permanecer assim, e nem de longe pode ser dada uma segunda oportunidade.
Seguindo nesta toada, logo não teremos mais nem estádio para chamar de nosso. Alguma coisa precisa ser feita para que o Coritiba se livre deste comando, e finalmente tome o caminho do crescimento, de um clube moderno, como fez Vilsão, em seus dois primeiros anos de administração. É aquele caminho que precisa ser retomado, mas que foi perdido ainda na mão de Vilsão e sucumbiu de vez com Bacellar.
Não tenho nomes, não tenho posição, lado político, tenho apenas amor por este clube.
O Coritiba precisa ser refundado, precisa rever seu estatuto e não permitir que estes parasitas continuem tirando o Coritiba de nossas mãos. Tentando trocar nosso amor pelo sofrimento.
O atual comando anda com preguiça até de mudar o discurso. Não é mais capaz de dizer algo novo, além do que sempre diz depois de todas as tragédias. Há meses ouvimos a mesma conversa. As desculpas são as mesmas e também já encheram.
A semana deve começar com mais algumas medidas paliativas, mas sem resolver, mais uma vez.
Penso que mais uns seis nomes precisam ser dispensados, inclusive o treinador, Ney Franco. Como também diretores e algumas peças estratégicas que apenas fazem papel de figurantes e que com suas conversas e estratégias políticas, subestimam nossa inteligência, irritando e passando do limite.
Vamos de Tcheco para a segunda divisão, mas pelo menos seguimos de cabeça erguida e com um pouco de dignidade- também já perdida faz algum tempo -.
Não sou eu e nem a maioria que votou, ou fez campanha para Bacellar, os culpados por esta crise que se instalou.
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