Bola de Couro
Quando da efetivação do Pachequinho como nosso técnico, escrevi coluna com título semelhante ao que uso hoje, registrando, em resumo, que embora entendesse que ele deveria ter estagiado em equipes de menor expressão para ser avaliado e que o fato de ser muito amigo dos jogadores não era um bom indicativo, tínhamos que apoiá-lo. Isso porque de um lado o fato estava consumado e de outro o sucesso dele seria o nosso.
Como vimos, não deu certo, e agora volta ao clube o Marcelo Oliveira.
Sei que o Marcelo Oliveira – assim como qualquer um em qualquer área – não é unanimidade entre os torcedores do Coritiba. É acusado de jogar muito defensivamente fora de casa e de ter cometido um erro grave quando escalou o Marcos Paulo na decisão da Copa do Brasil de 2011 (ao que se diz nos bastidores, pressionado ou influenciado por um dirigente). Ressalvo, neste último fato, que ele corrigiu o erro depois de 23 minutos de jogo e que, não fosse o “frango” do Edson Bastos que permitiu o segundo gol do Vasco, teríamos vencido a partida por 3 x 1 e conquistado o título.
Mas isso não abala seu sucesso no Coritiba, onde ele conquistou dois campeonatos estaduais, um deles de modo invicto, foi duas vezes vice-campeão da Copa do Brasil (em uma delas quando fomos claramente “roubados” pelo apitador do primeiro jogo) e ainda obteve a marca da maior série de vitórias consecutivas do mundo até então.
E agora, nos cinco anos passados desde a sua saída do Coritiba, ele foi campeão brasileiro de 2013 pelo Cruzeiro e estadual em 2014 pelo mesmo clube. Em 2015 foi campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras e em 2016 vice-campeão do mesmo torneio pelo Atlético Mineiro. No Cruzeiro, após 152 jogos, alcançou a 100º vitória e se tornou o técnico de melhor rendimento na história do clube, 72%.
Convenhamos, não é pouco.
Há quem diga que o sucesso em 2011/2012 se deveu ao fato de dispor o Coritiba de um elenco composto por craques, qualidade hoje carente. Não é bem assim. Os times daqueles anos tinham alguns craques e alguns bons jogadores. Mas dizer que Bill, Anderson Aquino, Léo Gago e Everton Costa eram craques ou mesmo bons jogadores é evidente exagero, sendo de justiça reconhecer que a mão do Marcelo Oliveira fez aqueles times terem sucessos.
É certo que o plantel de que dispõe não é dos melhores, mas, assim como fez na sua outra passagem pelo Coritiba, saberá o Marcelo tirar o melhor de cada um e aos poucos fortalecer a equipe. Embora não tenhamos muito tempo para aguardar, um pouquinho de paciência será necessário. Alguma conquista neste ano parece difícil, mas se conseguirmos tão somente nos manter na primeira divisão sem sofrimento já terá sucesso o novo técnico. Se algo mais vier será lucro, improvável, mas não impossível.
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