Bola de Couro
Ontem um final melancólico para um campeonato durante o qual por vezes chegamos a pensar que tínhamos um bom time. Não tínhamos, foi apenas um time suficiente.
Algumas vitórias com boas apresentações, outras apenas suficientes e em outras com a sorte nos favorecendo. No mais, derrotas inaceitáveis como contra o CSA e a de ontem quando voltamos do intervalo com 2 x 0 em nosso favor. Não fosse o gol contra o Brasil de Pelotas nos estertores da partida, talvez a esta hora estivéssemos lamentando a necessidade de resultados combinados para nos classificarmos, apagando as 17 rodadas em que estivemos em primeiro lugar, algumas vezes com diferença marcante de pontos para os que nos seguiam.
Concorreu para isso, e muito, o fraco plantel à disposição da comissão técnica. De goleiros, vimos ontem que estamos mal servidos. Na zaga o Henrique é insubstituível e sem ele o Luciano Castan não se dá bem, nada mais restando para a posição a não ser talvez algum dos jovens oriundos da base que ainda não foram testados. No ataque, Igor Paixão e Waguininho foram razoáveis, alternando boas e más partidas e bons e maus momentos no mesmo jogo, mas na primeira divisão devem ser apenas reservas (assim como o Biro). Léo Gamalho é indiscutível goleador, mas não sei se tem o perfil que a série A exigirá. De Willian Alves e Dalberto é desnecessário falar, foram erros gritantes suas contratações.
Mas na meia cancha está o nosso ponto mais frágil. Como vimos ontem e em muitos outros jogos, Gustavo Bochecha e Mateus Sales, são muito fracos tecnicamente e o último nem vontade de jogar tem, parecendo acomodado com o bom contrato que lhe rende polpudo salário. Na minha visão, para o próximo ano daria para contar com o Willian Farias e no campeonato estadual ainda tentar o Biel e o Bernardo para ver se confirmam a expectativa que se tem. Rafinha e Robinho, ainda que tecnicamente à altura, não têm mais forças para disputar um campeonato tão difícil como será o do próximo ano.
Terminamos a disputa com 64 pontos alcançados, número inferior ao do ano de 2019 quando obtivemos 66 pontos.
Nesses números, desempenho pior do que da última vez em que retornamos para a primeira divisão, com muita semelhança entre os times, que venceram muitas vezes sem convencer.
A diferença entre as campanhas é que agora vimos, ainda antes de o campeonato terminar, a diretoria mostrando estar insatisfeita com o elenco, consciente de que deve qualificá-lo muito para disputar a série A com dignidade, abrindo-se para os torcedores, enquanto a gestão que comandava o clube em 2019 pouco ou nada qualificou o time e não se comunicava com os coritibanos.
Espero que ações efetivas na montagem de um bom time para disputar o campeonato do ano que vem com um pouco de dignidade aconteçam e tentemos uma classificação para a Copa Sul-americana. Reconstruir o Coritiba após os fracassos dos últimos anos não será tarefa para mostrar resultados amanhã, deverá ser gradual e segura. Mas também não podemos adiar muito a reestruturação. Aguardemos, dando voto de confiança.
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