Bola de Couro
A goleada que sofremos perante o Corinthians foi em um daqueles jogos em que tudo deu errado e não haveria o que consertasse.
Começou com um pênalti inexistente – onde nem sequer falta houve e se ocorreu foi fora da área – aliás, justificado pelo narrador do PFC “na dúvida o árbitro entendeu de marcar”. Pensei que já tinha ouvido de tudo no futebol...
Continuou com a sequência da cobrança de uma falta que não aconteceu e o rebote apanhado em cheio pelo jogador corintiano batendo em Escudero e desviando do Vanderlei. E assim se repetiu em seguida, quando uma bola despretensiosa lançada para a área foi tocada com a mão pelo mesmo Escudero para dentro do gol.
Daí em diante foi um “Deus nos acuda”, com o time todo jogando mal tática e individualmente. Marquinhos errou na ousadia de querer enfrentar o homogêneo time do Corinthians, na ponta dos cascos para o mundial, com formação muito ofensiva. Não errou na substituição do Everton Ribeiro, que teve uma de suas piores partidas no Coritiba, mas se equivocou no subsequente desmanche de posicionamento da defesa de modo a colocar o Escudero, jogador sabidamente sem a velocidade exigida para a posição, na ala esquerda. E o “Deus nos acuda” foi tanto que no final do jogo houve um momento em que o Escudero estava na lateral direito e o Victor Ferraz na esquerda.
No final, sofremos um humilhante “olé”, com os jogadores do Corinthians mantendo a posse de bola como na prática conhecida como “bobinho” e nossos jogadores na roda.
A certa altura, eu mais olhava para o relógio do que para a tela da TV.
Mas não dá para afastar que outro aspecto influi na derrota: a atuação do sobrenatural. Dois gols com a bola batendo no zagueiro e desviando para dentro em um só jogo só tem explicação sobrenatural. Não sou supersticioso – tenho um amuleto que afasta qualquer superstição, como disse LF Veríssimo – mas no futebol duvido que alguém, por mais lúcido ou cético que seja não tem a sua. Ontem nada deu certo, se um raio caísse durante o jogo provavelmente seria no nosso banco de reservas. Não argumento, de modo algum, só com o azar para justificar a pífia apresentação de ontem, mas que o azar deu uma ajudinha, sem dúvida deu. Qual será o elemento sobrenatural que às vezes nos leva a jogos como o de ontem? Eu tenho o meu palite. Façam as apostas.
Enfim, talvez a humilhação tenha servido para que se vejam quais os reais limites da equipe e onde deve ser reforçada para 2013. Se servir para isso, já é um consolo, até porque não acredito que nos três jogos que nos faltam se repita tamanha má jornada, pois a equipe, ainda que insuficiente para voos mais altos, não é “aquilo” que se apresentou no Pacaembú.
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Recebi email assinado por Artur Virgílio - AV-Assessoria, empresa que indica sua página como sendo www.assessoriadeimprensa.com.br através da qual se apura que é estabelecida em Florianópolis e que tem como finalidade dar “suporte midiático a profissionais do esporte”.
No texto, a para mim até agora desconhecida “assessoria”, com a manchete “Robinho completa 25 anos e quer comemorar o aniversário diante do Vasco” anuncia que o atleta pretende jogar contra o clube cruzmaltino, que somente não foi relacionado por Marquinhos Santos para o jogo contra o Corinthians por precaução e que por isso adiou a sua “festa” para o próximo jogo.
Trata-se, o Robinho de um dos marcantes fracassos – tal como Júnior Urso e Evérton Costa - na atual temporada do Coritiba, titular que foi na pior fase que enfrentamos durante o campeonato. É muito irregular, e por isso não digam que eu errei se ele ainda vier a jogar bem, pois de vez em quando, desde que o time todo esteja bem, ele aparenta qualidade. Desde que o time todo esteja bem, repito.
Mas e a “assessoria” já combinou com Marquinhos Santos o retorno ao time titular do atleta cujos direitos não nos pertencem e está de passagem pelo Coritiba? Será que o Marquinhos Santos terá personalidade ou se submeterá a imposições de assessorias de imprensa e empresários para colocar o atleta na vitrine? Ou, pelo contrário, poderá aproveitar uma oportunidade de ouro para mostrar pulso firme e que o comando técnico do time é dele e não de empresários, marqueteiros ou assessores?
Se o Robinho quer comemorar o seu aniversário na data do jogo contra o Vasco, que o faça no vestiário, com um bolo de velas e os colegas e funcionários cantando. Mas que fique por lá porque se pensa que com ele em campo a torcida que estará presente no Couto Pereira cantará “Parabéns a você”, ficará muito decepcionado.
Feliz aniversário Robinho, congratulações por ter se curado. Você deve ser uma boa pessoa e tem o direito de ser feliz. Mas termine o seu contrato com o Coritiba – enquanto isso não precisa jogar - e vá tentar ser feliz em outro clube.
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