Bola de Couro
Empatamos com o Corinthians, campeão do mundo, da América, brasileiro e incontáveis vezes paulista e forte candidato ao título de campeão deste ano. Empatamos com um dos dois times mais queridos da mídia global. Empatamos com o time que teria a segunda maior torcida do país, em que pese seguramente seja o mais desprezado entre as demais. Empatamos contra o time dirigido pelo falso simpático e ainda mais falso modesto, mas competente Tite.
Um resultado normal, considerada a força do adversário e as circunstâncias do jogo. Infelizmente o resultado não nos serviu muito em razão da nossa má constante posição na tabela de classificação, mas não fosse isso nada teríamos a reclamar, até porque alcançamos o empate no que os comunicadores chamam de “apagar das luzes”.
O time foi razoavelmente bem, com destaques para as novidades Juninho e Evandro, um lance decisivo do inconstante Negueba e destaque negativo, mais uma vez, do João Paulo. Aliás, se o Evandro está sendo chamado de “Iluminado” por ter feito gols decisivos em poucos minutos que atuou em duas partidas, o João Paulo poderia ser denominado de “Mal Predestinado”, uma vez que o destino já o levou a tantas falhas decisivas – ou azar, às vezes, conceda-se – como no gol que propiciou o empate no atletiba e no de ontem quando colocou o pé na bola de forma atabalhoada e indevida.
Mas, a despeito de o resultado poder ser considerado normal – e se poderia dizer que perder para o São Paulo na capital paulista e para o Fluminense no Rio também seria “normal” – isso não nos basta para conseguir um alívio na classificação do campeonato e o afastamento de uma vez do risco de rebaixamento (chega de ir até as últimas rodadas sofrendo).
Já que nosso time é limitado e quando parece que vai engrenar em algum setor o nosso atuante (?) departamento médico é chamado, o que precisamos é de resultados anormais. Sim, anormais, ou seja, vencer fora de casa, resultado que há muitos anos é uma raridade em nosso currículo, e vencer em casa tanto os adversários vencíveis como os teoricamente invencíveis.
Já tivemos resultados anormais – derrotas para o Flamengo (na ocasião um time ainda incipiente) e Avaí e empates com o Joinville(!) e a Ponte Preta, todos em casa – em nosso desfavor, e espero que agora seja a hora de o destino propiciar que as anormalidades também venham em nosso socorro.
A esta altura do campeonato, já não importa tanto se as vitórias serão convincentes e se vamos encantar a torcida e os comentaristas com bom futebol. Importa é ganhar, vindo à lembrança de quem viveu aqueles tempos o espírito do Ênio Andrade, quando em 1985 preparava o time – que individualmente não era nenhuma Brastemp - para vencer aos jogos pelo placar mínimo, sem dar show, mas vencia. E tendo presente o adversário de ontem, uma lição poderia ser aproveitada da estratégia do meloso (mas competente, repito) Tite. Não tomar gol, vencer por um que seja, mas vencer.
É o que precisamos. É muito? Talvez. Mas também talvez seja pouco e não parece haver outro caminho.
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