Bola de Couro
No futebol, todas as vitórias são importantes. Umas, dependendo das circunstâncias certamente mais do que outras. Todas satisfazem aos torcedores, embora algumas mais do que outras conforme o adversário batido, a qualidade que o time apresentou ou as circunstâncias do jogo. Há vitórias que somente satisfazem pelo resultado. Mas há algumas que, seja qual for o adversário e seja qual for a qualidade que o time mostrou, satisfazem por serem fundamentais.
É o que ocorreu no sábado. O Coritiba não jogou nada de especial, mas alcançou uma vitória fundamental, pois do contrário estaria mais afundado na zona do rebaixamento, ultrapassado exatamente pelo adversário daquele dia. Vitória que, como quase em todas as situações que o Coritiba vem enfrentando nos últimos anos, pode sem dúvida ser classificada como dramática e que gerou clara reação de alívio.
O time evoluiu – como gosta de dizer sempre o Ney Franco quando não está reclamando da torcida – no quesito doação.
Em que pese a qualidade técnica de alguns seja insuficiente, sem dúvida no sábado se viu superação, quesito que quase não se via. O maior exemplo foi o fato de que, escapando da derrota em face de gols perdidos pelos atacantes do Vasco, o time poderia se dar por satisfeito com o empate e nos minutos finais ficar tocando a bola esperando o tempo passar. Mas não foi o que ocorreu, como se viu do gol do predestinado Evandro já nos acréscimos do tempo regulamentar. Não estivesse o Rafhael Lucas cercando o atabalhoado zagueiro do Vasco, e não estivesse o Evandro posicionado na frente da área adversária – ou seja, não preocupados em apenas manter o resultado - muito provavelmente o jogo teria terminado empatado e estaríamos lamentando mais um mau resultado.
Mas não foi só no aspecto de superação que vimos melhoras.
Rafael Marques está se mostrando um seguro e eficiente zagueiro, parecendo também que tem personalidade de líder, o que vinha fazendo falta na equipe. Juan, pelo que mostrou até agora, é o melhor lateral (ou ala, como preferirem) esquerdo que temos. Lúcio Flávio foi muito bem e até o às vezes execrado Negueba foi muito bem tanto de modo individual como tático. E quanto a goleiro, se o Wilson não é espetacular, é certo que é muito seguro e dá confiança aos companheiros. Em relação a outros parece que não se pode esperar nada mais do que até aqui mostraram. Neste ponto, destaque para a mais uma vez pífia atuação do Thiago Galhardo, que parece não ter noção de equipe e baixa a cabeça, tentado passar por muitos adversários até perder a bola.
Assim, foi uma vitória fundamental, e por isso excelente. Mas, como diz o ditado que “cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça”, ou que “gato escaldado tem medo de água fria”, penso que devemos ser no máximo moderadamente otimistas. Nos últimos tempos o Coritiba tem sido pródigo em de vez em quando oferecer esperanças à torcida, e a cada um ou dois bons resultados nos convencemos (ou queremos nos convencer) de que “agora vai”. Tomara que sim, tomara que a equipe esteja mesmo engrenando e que logo possa deixar a denominada zona de rebaixamento e para ela nunca mais voltar. Mais do que isso não podemos almejar neste ano, mas talvez seja muito diante do quadro que nos foi mostrado.
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