Bola de Couro
No dia de hoje, em razão da ausência de candidatura oponente e cumprindo os estatutos do clube, o Presidente do Conselho Deliberativo do Coritiba F.C, Omar Akel, proclamou a confirmação da chapa “Competência e Profissionalismo” para o comando da entidade nos dois próximos anos. A direção passa a ser composta, como todos já sabem, pelo grupo liderado por aquele que denomino de “refundador” do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, que será acompanhado no Conselho Administrativo pelos grandes coritibanos Márcio Swchab, Ernesto Pedro Jr., Fernando Ghignone e Nadir Elache Filho. Com eles, foram proclamados eleitos cento e sessenta integrantes do Conselho Deliberativo, que terão a tarefa de auxiliar e fiscalizar aqueles.
A notícia chega aos meios de comunicação e aos nossos olhos e ouvidos de forma natural, sem qualquer impacto, ao contrário do que ocorre quando de eleições disputadas nas quais grupos se dividem e se opõem, ainda que certamente todos visando ao bem do clube. Digo de forma natural, uma vez que o resultado proclamado, ao fim e ao cabo consiste em nada mais do que reconhecimento e justiça ao grupo que, liderado pelo caro Vilson Ribeiro de Andrade, soube reconstruir – ou refundar, como afirmei em uma coluna postada em 11 de novembro do ano passado – o clube após o catastrófico ano de 2009, cuja lembrança não nos satisfaz, mas não deve se apagar da memória, ainda que lá num cantinho do subconsciente, para que sirva de lição para o futuro. Daí a segunda parte do título da coluna que, penso, poderia ser o nome da chapa eleita.
Sim, amigos, a consagração formal do grupo encabeçado pelo Vilson Andrade na direção do nosso amado Coritiba não foi recebida com gritos e aplausos, ou com o abrir de espumantes, ou com candidatos sendo carregados nos ombros como tantas vezes ocorreu, nem com manchetes nos jornais ou chamadas extras nas emissoras. Mas sem dúvida devemos recebê-la com a mesma, ou até mais, vibração e alegria, E reconhecer que, muito mais do que uma homologação pela ausência de disputa, o resultado decorre de manifestação de reconhecimento dos coritibanos pelo que foi e está sendo feito para o clube. Fez-se, além do mais, justiça aos homens (e especialmente a quem os liderou) que encontraram o clube não à beira, mas dentro do abismo e do caos e souberam refundá-lo.
Todas essas e outras palavras que os amigos leitores encontrem para enaltecer o grupo que comanda o clube talvez possam ser poucas, mas paradoxalmente serão mesmo poucas se nós, torcedores, ficarmos somente nelas. É fundamental que todos os coritibanos participem do crescimento do clube, cada um dando conforme a proporção de suas forças permitam. Quem ainda não o fez, que trate de se associar, quem gosta de mostrar que é coxa-branca, que compre somente produtos licenciados, enfim, cada um faça o que pode para que um dia nos tornemos, como sempre ambicionamos, um dos maiores clubes de futebol do Brasil.
A nova direção vai errar? Provavelmente aqui e ali sim, pois em todas as atividades algum erro de avaliação ou de execução acontece. Teremos momentos difíceis? Possivelmente, já que em futebol não há planejamento suficiente que preveja o que vai acontecer e como superar. Importante, e nisso merece confiança a nova diretoria, é que os homens que comandam o Coritiba F.C. tenham em mente o clube e o administrem, tal como a denominação da chapa, com competência e profissionalismo, para que nós torcedores, do mais atuante ao mais humilde, ao final da gestão podermos repetir o quanto apropriado será denominar o grupo como merecedor de “reconhecimento e justiça”.
Ao líder agregador e competente Vilson Ribeiro de Andrade e seus colegas de direção, a confiança do colunista e certamente de toda a torcida coritibana. E, além da expressão de confiança, o compromisso de que pode contar conosco, nas horas ruins e nas boas, certos de que estas serão em maioria.
Finalizo trazendo uma lembrança aos mais novos. Em 1961 o Coritiba perdeu o título estadual – o único importante naquela época em que não havia disputa nacional – por decisão da Justiça Desportiva e a partir de então não mais se reencontrou, disputando apenas uma final e a perdeu para o Londrina, paralisando as obras do então Belfort Duarte. Em 1967, quando de uma crise institucional que culminou com a renúncia do Presidente, um homem que era diretor de relações públicas do clube foi levado a assumir a Presidência – que ninguém queria - e desde então o Coritiba, já a partir de 1968, reencontrou o caminho do sucesso. Seu nome? Evangelino da Costa Neves, o campeoníssimo. Alguma semelhança com o que aconteceu ao final de 2009? Pelo que o Coritiba conquistou de 1968 a 1985, espero que sim.
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