Bola de Couro
Estou a imaginar o conflito emocional a que deve estar submetido o Dr. Domingos Moro desde quarta-feira à noite.
Como profissional competente, um dos melhores advogados do Direito Desportivo do Paraná e do Brasil, cumpriu seu dever com eficiência em favor do nosso rival e dos seus atletas, logrando a absolvição de quatro dentre os denunciados por infrações disciplinares praticadas no último atleTIBA, bem como obteve a desclassificação da imputação sofrida por um deles de modo a ser condenado para apenas dois jogos de suspensão, uma delas já cumprida, restando habilitado a disputar o segundo clássico e aqueles para os dois.
Suponho que, para aceitar a causa, deve ter passado noites insones diante do conflito de consciência entre atender ao interesse profissional – que em nada fere a ética como advogado, fique claro - ou deixar prevalecer o sentimento de coritibano, ainda mais sendo seu dirigente, membro vitalício do Conselho Deliberativo que é, enfoque sobre o qual não vou aqui ingressar. Imagino que certamente foram momentos difíceis.
Eu não teria qualquer dúvida, mas cada um sabe de si.
Mas e agora, passado o julgamento, certamente neste e no próximo domingo deverá o ele torcer pela vitória do glorioso alviverde, seu clube de coração, não tenho porque duvidar.
Que conflito, que situação! Dar tudo de si para conseguir que o adversário seja reforçado para nos enfrentar, mas ao mesmo tempo, suponho, o coração desejar que o Coritiba o vença! E se aqueles atletas forem decisivos para uma eventual derrota do Coritiba? Como conviver com o paradoxo e com o resultado?
Imagino que nosso conselheiro deva estar passando por momentos emocionais muito difíceis. Espero que o seu coração prevaleça e que o Coritiba seja campeão, de modo a que a sua satisfação profissional seja superada pela de torcedor.
Provavelmente no seu íntimo ele espera assim também.
Shakespeare, se vivo estivesse, diria que a situação caracterizaria um plágio de sua obra “Hamlet”, na qual no momento popularmente mais conhecido o personagem questiona: “Ser ou não ser, eis a questão”.
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