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Bola de Couro
Não há derrotas satisfatórias, já diria o conselheiro Acácio (personagem de Eça de Queiroz notabilizado pelas frases feitas e lugares-comuns, do tipo “as surpresas acontecem inesperadamente”).
Mas, amigos, a de ontem não foi muito dolorida, pois nosso Coritiba se apresentou bem e só foi derrotado por circunstâncias que acontecem no futebol e que às vezes levam a resultados injustos. Assim como às vezes ganhamos sem jogar bem, como, por exemplo, aconteceu contra o Vasco, em outras perdemos injustamente.
O time como um todo foi bem, sofrendo um gol que, igual, o jogador do Cruzeiro nunca mais fará. No outro, uma desatenção e até displicência do Rafael Lucas que, estando com a bola dominada e de costas para o gol adversário, talvez tenha imaginado tolamente que o jogador do Cruzeiro iria esperar passivamente que ele girasse o corpo livremente. Perdeu a bola, e bola perdida na intermediária quando o time está à frente é contra-ataque certo.
Ainda tivemos uma bola no travessão e um pênalti claro nos sonegado, dois detalhes que poderiam mudar o jogo, assim como foram meros detalhes levaram o Cruzeiro à vitória.
Mas no futebol é assim, e se lamentamos a derrota, pois nenhuma pode agradar ao torcedor, por outro lado temos que reconhecer que a equipe se apresentou bem, talvez com menor ênfase para o Cáceres, que me parece está comprovado não deve ter lugar no time, e com outra ênfase para a surpreendente boa atuação do Thiago Galhardo. A lamentar o destempero do Juninho, que foi expulso com justiça e que vem se apresentando muito bem, sendo desfalque considerável, ainda que do Rafael Marques se possa esperar substituição à altura.
Enfim, uma derrota para lamentar, mas uma apresentação que nos deixa com esperanças de que nos afastaremos logo e de modo seguro da desagradável zona do rebaixamento.
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Permitam-me usar e abusar deste espaço para um registro pessoal. É que hoje completei 47 anos de feliz casamento com Doralina, com a qual tive quatro filhos maravilhosos, que trouxeram para a família noras e netos também maravilhosos.
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3 Ver todos os comentáriosO nome “Bola de Couro” serve para revelar a geração do autor, que acompanha o Coritiba desde o tempo em que elas eram efetivamente de couro natural, e não sintéticas como hoje. Além de estar atento ao futebol moderno, especialmente graças à tecnologia que tornou o mundo uma aldeia global, o blog de vez em quando trará algumas reminiscências das tantas glórias de que o Coritiba é coberto e que estão mais na memória de cada um do que em imagens físicas, atendendo também a um nicho da “velha-guarda” de Coxanautas que se manifestou desde a primeira coluna do autor. Mas todos, de qualquer geração, serão bem-vindos a colaborar e criticar em espaço que se pretende democrático.
Benedito Felipe Rauen Filho, conhecido como Felipe Rauen, é coxa-branca de terceira geração, pois tanto seu avô como seu pai também o eram. Em parte da infância e da juventude morou na rua Maria Clara, a cem metros do estádio do Coritiba, do qual desde casa sentia o "cheiro". Transferiu residência para o Rio Grande do Sul em 1976, onde iniciou carreira como Juiz de Direito, hoje aposentado. Está aculturado naquele Estado em vários aspectos, mas jamais no futebol, pois não adotou time local e torce somente para o Coritiba. É conhecido em todos os círculos que frequenta em terras gaúchas como coxa-branca, conseguindo que inúmeros amigos gremistas e colorados tenham o Coritiba como segundo time ou pelo menos mostrem por ele simpatia. Em 2009 se tornou Cônsul do Coritiba em Porto Alegre, permanecendo por vários anos. Cardiopata, dá trabalho regular ao cardiologista em razão das emoções vividas com e pelo Coritiba, mas tem certeza de que o coração coxa-branca se manterá forte ainda muito tempo para ver o clube alcançar mais e mais glórias.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)
