Bola de Couro
Ontem, o Coritiba jogou uma partida exemplar. Excelente atuação do Vanderlei e da zaga, Eltinho não comprometeu (o que já um avanço, pois mais do que isso não se pode esperar dele) enquanto Jonas mostrou regularidade, não sendo causa de um placar maior apenas porque o árbitro não quis ver a clara penalidade máxima que sofreu.
No meio, os destaques foram Léo Gago e Davi. O primeiro fazendo o seu papel e ainda cobrindo as deficiências do Eltinho, enquanto o segundo mostrou que com ele o Coritiba pode voltar a ser aquele que encantou o Brasil na primeira parte do ano. Os demais, Willian e Marcos Aurélio, se talvez não se destacaram tanto, seguramente jogaram bem. Marcos Aurélio desnorteou a defesa do Palmeiras na jogada do segundo gol, uma vez que, quando todos esperavam que ele fosse matar a bola para então procurar o passe, antecipou-se e surpreendeu lançando-a com a coxa e colocando Leonardo em condições de firmar a vitória com o segundo gol.
Refiro-me em separado, e propositadamente, à atuação do Everton Costa, e é ele a causa do título da coluna. Em 29 de maio último, após ter Everton Costa estreado contra o Corinthians e feito péssima apresentação, redigi coluna intitulada “Elenco, técnico e trancinhas”, na qual, dentre outras abordagens, afirmei que, pelo que vira dele em dois anos na dupla Grenal – uma temporada em cada um dos clubes – entendia que o Coritiba fizera um mau negócio ao contratá-lo, pois se tratava de atleta que só se destacava em equipes menores, daí o sucesso dele no Galo Maringá e no Caixas e o insucesso nos dois grandes gaúchos. Na ocasião disse que, embora não acreditasse que ele viesse a corresponder, fazia uma ressalva registrando que esperava ele “me desminta e faça engolir as palavras pois se o fizer o Coritiba só terá a ganhar e não me importarei se vier a ser contrariado”.
Muito bem, depois de alternar más e regulares atuações, e alguns momentos bons nos jogos contra o Fluminense e o Figueirense – no primeiro turno – contra o Palmeiras Everton Costa foi exemplar, o melhor do jogo sem nenhuma dúvida, podendo ser adjetivada sua atuação como soberba. Ontem, a avaliação daquela minha coluna foi totalmente contrariada e, apesar do que alguns poderiam pensar, fui contrariado com satisfação. Não posso dizer ainda que, só por ontem, já é o caso de “engolir” todas as palavras, como prometi na coluna anterior, mas sem dúvida engoli algumas e o ato se constituiu em refeição saborosa. Se o Everton Costa repetir atuações como a de ontem - nem m precisa ser em todos os jogos, basta que repita de vez em quando e nos demais jogos mantenha regularidade -, sem dúvida vou fazer uma lauta refeição engolindo todas as palavras que disse naquela coluna, então aproveitando para abrir um bom vinho para acompanhar e levantar um brinde a ele para me penitenciar.
Mudando de assunto e vendo a tabela do campeonato, fico a imaginar que, com apenas mais sete – sete! – pontos, estaríamos na zona de classificação para a Copa Libertadores. Perdemos pontos em alguns jogos em que não merecíamos mesmo ganhá-los, o que é normal em qualquer campeonato, mas que deixamos de somar alguns por erros ou desleixo, disso não tenho dúvida. Os amigos podem divergir em relação a um jogo ou outro em que deixamos de pontuar – ou pontuar melhor – mas para mim foram fundamentais: a) a cessão do empate no atleTIBA quando jogamos muito mais, deixamos de ampliar o placar e no final um erro, em parte da defesa e em grande parte do goleiro, nos tomou dois pontos: b) a apatia no jogo contra o Avaí, quando pareceu que o time queria se poupar para o atleTIBA e deixou de vencer o segundo pior time do campeonato; c) a derrota para o Ceará, quando pelo menos um empate era obrigatório em razão da diferença de forças: e d) o descuido nos últimos minutos do jogo contra o Flamengo quando estávamos garantindo um ponto. Só ai poderiam ser seis ou oito pontos. Claro que em futebol é comum equipes deixarem de ganhar jogos onde são favoritas, assim como às vezes vencer contra todos os prognósticos, mas não custa lembrar e lamentar. Em campeonato por pontos corridos, todos os jogos são fundamentais e em todos deve haver dedicação e atenção total.
Mesmo assim, estamos no bom caminho, especialmente se olharmos para trás conforme a análise de minha última coluna. Dificilmente nos classificaremos para a Copa Libertadores da América – olha aí outra oportunidade boa para engolir palavras – mas a continuar no ritmo dos últimos jogos certamente alcançaremos uma classificação honrosa e a partir de então trataremos de preparar a equipe, com algumas dispensas e reforços, para brilhar mais no próximo ano.
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