Bola de Couro
Animais puros são aqueles que têm origem genética idêntica, mantendo os mesmos caracteres desde tempos imemoriais e gerando descendentes da mesma linhagem. Ou seja, nunca sofreram processos de inseminação estranha, são fortes e se reproduzem com a mesma pureza dos que os geraram. Exemplo é o golfinho que tem, dentre outras características, a sociabilidade e a inteligência, além da simpatia dos seres humanos.
Já os animais híbridos “surgem da reprodução entre dois exemplares de espécies diferentes, que geram filhotes impuros. O exemplo mais comum de animal híbrido é o cruzamento da égua (Equus caballus) e do jumento (Equus asinus), que resulta no burro ou na mula. Todos os animais híbridos são estéreis, devido a problemas cromossômicos no processo de meiose, assim, as células desses animais vão possuir um número híbrido de cromossomos que terão dificuldades em formar pareamento. Algumas dessas novas espécies ainda são produzidas através do cruzamento entre espécies, puro e simples até hoje, basicamente para serem usadas como atrações de shows e locais turísticos” (apud http://biologiadiversa.blogspot.com/2010/05/animais-hibridos.html).
Busquei esses conceitos no Dr. Google, quando tomei conhecimento de que o então candidato a presidente do atlético (até a hora em que postei esta não havia sido divulgado o resultado, o qual pouco me importa), não mantendo sua conhecida atitude imperial (ou talvez por causa dela), comportou-se como bufão ao dizer que o Coritiba seria como um golfinho que, no mar ou em águas doces, sobe e desce.
De forma inteligente e altiva, e principalmente mantendo a dignidade do cargo, o Presidente aclamado do Coritiba F.C., Vilson Ribeiro de Andrade, respondeu que recebia a afirmação como um elogio, já que os golfinhos vicejam em águas límpidas e cristalinas e são, além de inteligentes, amados e leais.
Provocações como as que foram feitas pelo prócer, talvez quando da leitura desta já eleito presidente do segundo clube de futebol do Paraná, são comuns entre nós, mortais torcedores. Eu mesmo já fiz algumas aqui, mas sempre procurando manter elegância e dignidade, assim como fizeram outros colunistas e fazemos todos entre amigos. Os torcedores da baixada também as fazem e já as recebi com esportividade de amigos rubro-negros (sim, confesso, os tenho). Mas na boca de quem já foi presidente do segundo maior clube de futebol do Paraná, e que agora busca retomar o posto, não fica nada bem pretender debochar do rival maior. Os cargos de dirigentes de entidades associativas, assim como os de cargos públicos, devem preservar alguma liturgia, sendo indispensável mostrar respeito ao rival ou adversário, mesmo que somente em público.
Mas eu, mero torcedor que não tenho cargo diretivo no glorioso Coritiba, posso trazer os conceitos genéticos que abrem a coluna sem que possa ser acusado de histriônico ou de desrespeitoso. Afinal, a retorsão imediata à injúria não é punível.
O golfinho do Paraná mantém a mesma linhagem desde que foi fundado, nunca aceitando qualquer inseminação que o tornasse híbrido. Não copiou ninguém nas suas características, cores de sua bandeira e sua camisa, uma vez que foi o primeiro clube de futebol do Brasil a adotá-las. Cresceu e vive com a participação dos seus semelhantes, nunca tendo se alimentado com ração produzida com dinheiro público.
Já o híbrido do Paraná nasceu de um cruzamento entre dois seres que aqui habitavam, na mesma ocacisão cruzados com outros, herdando as cores e a camisa de um exemplar existente no Rio de Janeiro (mais tarde alterando a última para inseminar traços de exemplar italiano) e o nome de um espécime mais antigo que vive nas montanhas de Minas Gerais. Não tem forças para se alimentar sozinho, razão pela qual busca nos cofres públicos a sua cesta básica de tijolos e outros que tais destinados à construção do seu “habitat”.
Ah, ia esquecendo. Os animais puros são mais fortes e mais saudáveis do que os híbridos, e têm maior valor no mercado.
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