Bola de Couro
Foi meu saudoso pai, Benedito, quem me ensinou a torcer pelo Coritiba, sentimento que aprendeu com o seu pai, meu avô Otávio, e que repassei ao meu filho Alexandre, que repassou para o meu neto Vítor e espero que assim continue na família. No dia de hoje, 27 de outubro de 2015, ele completaria 100 anos de idade.
Não esqueço o primeiro jogo a que meu pai me levou, em 1955, vitória nossa contra o Ferroviário. Das minhas lembranças infantis não tenho recordações exatas sobre o jogo. Lembro apenas do meu deslumbramento em ir pela primeira vez a um estádio de futebol e que vencemos (parece que o placar foi 2 x 0 ou 2 X 1). Algum tempo depois ganhei dele e da minha também saudosa mãe, de presente de aniversário, a minha primeira camiseta do Coritiba. Mesmo que não saiba a data exata do evento, é certo que, como eu comecei a torcer pelo Coritiba a partir daquele jogo, estou então completando sessenta anos como coritibano no mesmo ano em que o meu pai seria centenário. Isso, e não duvido que sim, se eu já não nasci com seus genes alviverdes.
Lembrando que nesta data se daria o centenário de nascimento do meu pai, já havia pensado em escrever uma coluna na qual parte dela seria em homenagem a ele. Esperava assim fazer após uma vitória do Coritiba, o qual eu imaginava que seria encontrado em posição minimamente honrosa na tabela de classificação, para que o fato pudesse ser um presente de aniversário.
Mas lamento, pai. No dia do seu centenário o Coritiba não tem nenhum presente para dar e também eu não saberia o que dizer sobre o nosso clube, pois qualquer coisa que dissesse enfearia o texto e você não mereceria uma redação dura de um torcedor revoltado. Daí que preferi me limitar à homenagem, já que falar sobre o estado atual do clube não passaria de repetição do conteúdo de tantos outros textos meus e de amigos que me honram com a companhia neste espaço. Resta-me dizer da saudade que você deixou e agradecer pela educação que me deu, inclusive quanto a torcer pelo Coritiba, aquele que você via altaneiro e vitorioso, e do qual se orgulhava, não o dos últimos anos e especialmente o atual.
Na foto, feita em 2005, meu pai, eu, meu filho e meu neto.
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