Bola de Couro
Ontem o Coritiba voltou a jogar bem, se mostrando uma equipe veloz e aguda. O resultado foi muito bom, dadas a nossa colocação na tabela e a condição do Vasco da Gama estar entre os primeiros colocados no campeonato e não perder em São Januário há quarenta e uma partidas – quarenta e duas com a de ontem. Foi muito, foi um passo fundamental mas ainda é pouco diante da classificação que mantemos. Podemos dizer que tiramos o nariz para fora da linha da água. Que nos próximos jogos consigamos erguer mais a cabeça da água, tirando primeiro a boca e depois voltando a nadar sem riscos de afogamento.
Uma satisfação, dentre muitas que o time demonstrou ontem, foi ver a eficiente participação do Everton Ribeiro. Uma pena que tivesse sido deixado de lado em alguns dos últimos jogos, em nome da conservação da posição para outros sem as mesmas qualificações, salvo fato que nós pobres mortais desconheçamos.
E o resultado poderia ter sido melhor não fosse o Anderson Aquino ter tropeçado, sozinho e infantilmente, quando tinha tudo para fazer nosso segundo gol ainda na primeira etapa e talvez ali pudéssemos ter o jogo ganho e nas mãos. Mas, contou-me fonte de São Januário, no local onde o Anderson Aquino tropeçou existe um formigueiro e ele foi atropelado por uma das formigas que defendia seu “habitat”. Não o crucifiquemos, pois, ambientalista que deve ser certamente tratou de proteger o pobre animal mesmo perdendo o gol. Curioso é que eu, com mais de sessenta anos, nas minhas caminhadas matinais já topei com calçadas quebradas e pedras soltas, nas quais nunca tropecei e cai, mas felizmente nunca me defrontei com formigas como ocorreu com o pobre do Anderson Aquino. E uma pena que ele ainda teve o azar de perder a bola que propiciou o contra-ataque para o Vasco fazer um dos seus gols.
A propósito de gols do Vasco, no segundo, quando a bola bateu no peito de um dos jogadores daquele time – não lembro o nome dele – e voltou aos pés do Wendell que marcou o tento (olha a expressão antiquada), alguns jogadores do Coritiba reclamaram que teria havido mão na bola. Não houve, mas ocorreu um detalhe que talvez poucos tenham percebido. O jogador que devolveu a bola com o peito para o Wendell estava impedido! Procurem no Youtube imagens e vejam se tenho ou não razão. No momento em que ele toca com o peito, ou seja, faz um passe de modo a deixar a bola nos pés do companheiro, concorrendo diretamente para o gol, atrás dele só estava o Vanderlei! Sem dúvida foi um lance muito difícil que talvez tenha sido visto somente por quem acompanhava pela televisão ou quem encontrar o vídeo na Internet, e não dá para responsabilizar o árbitro que trabalhou bem no jogo. Mas ainda espero que um dia chegue a hora em que os lances difíceis, ou aqueles não vistos por todos, ou aqueles passíveis de “interpretações”, sejam decididos em nosso favor.
Por fim, nestas esparsas considerações, registro que desde que em uma de suas colunas o Algauer alertou para o fato de que nossa defesa estava tomando muitos gols porque os primeiros homens de contenção não estavam sem eficientes no desarme, tratei de observar o detalhe com a atenção. E o colega colunista tem razão, nem Willian e nem Júnior Urso desarmam tanto quando deveriam e, pior, ambos, especialmente o último, seguidamente perdem a bola na intermediária deixando nossa defesa no embate direto contra os atacantes adversários. E isso não muda quando o time entra com três volantes, homens que deveriam deixar a zaga bem tranquila, o que não vem ocorrendo. Com a qualificação do Emerson, que jogou quase todas as partidas e agora com Escudero, finalmente uma boa contratação, não é possível que continuemos a tomar dois gols em média por partida. O problema está antes da zaga, está na deficiência do primeiro desarme e especialmente na falta de manutenção da bola do meio para frente quando em pés de volantes. Atenção para o enfoque, Marcelo Oliveira.
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