Bola de Couro
Desde a perda da Copa do Brasil do ano passado estabeleceram-se duas correntes de pensamento a respeito do treinador Marcelo Oliveira.
Para uns, a partir do erro grosseiro da escalação do Marcos Paulo, com o qual o time perdeu preciosos vinte e três minutos do jogo decisivo, Marcelo Oliveira perdeu crédito, o que se agravou quando da derrota no último jogo do Campeonato Brasileiro deixando de classificar o Coritiba para a Copa Libertadores da América. O descrédito ficou um tanto suspenso durante o campeonato estadual deste ano e sua conquista, mas foi retomado quando o clube começou o Brasileirão com várias derrotas, sempre justificadas com o argumento de foco maior na Copa do Brasil, ao final perdida novamente.
Para outros, entre os quais estava eu, Marcelo Oliveira tinha sua parcela de culpa, mas ela era menor, devendo-se as más campanhas mais à fraqueza do elenco do que a ele. Na final da Copa do Brasil do ano passado, corrigiu o erro em tempo, mas o Edson Bastos colocou tudo a perder com o frango que levou. No último jogo do Campeonato Brasileiro do ano passado, as individualidades da equipe se apresentaram de forma bisonha, fator tido como mais preponderante do que erros do comando técnico. No campeonato nacional deste ano eu ainda o defendia, assim como outros, mas já então com ressalvas. Até que veio a derrota retumbante para o fraco time da Portuguesa, ocasião em que houve unanimidade sobre a necessidade de trocar o técnico. Na ocasião afirmei em coluna sobre o jogo que o momento havia chegado e que, não fossem por outros argumentos, no mínimo estava na hora de a direção dar uma “sacudida” no time, entregando-o a novo comando.
Pois bem. A troca foi feita, deixando alguns – eu mais uma vez dentre eles – com algum receio inicial em razão de o substituto ser um iniciante no futebol profissional.
Mas a verdade é que o novato Marquinhos Santos em pouco tempo ajustou a equipe, chamando a atenção desde logo o fato de o time passar a ter uma média de menos de um gol sofrido e quase dois gols marcados por partida – e isso com dois volantes - enquanto com o técnico anterior os mesmos números ocorriam de forma inversa, tanto que ainda temos saldo negativo. Nos últimos cinco jogos o time do Marquinhos obteve quatro vitórias consecutivas e um empate, este em ocasião em que a equipe estava sensivelmente desfalcada e enfrentou um clube forte, de boa campanha e que em seus domínios dificilmente deixa de ganhar.
Enfim, embora ainda faltem jogos muito difíceis, em uma sequência onde quase só enfrentaremos equipes fortes, estamos vivendo a melhor fase do campeonato nacional deste ano. Escrevo antes do jogo contra o Fluminense, talvez o mais difícil dos que restam, seja pela alta qualidade do adversário ou seja pelo fato de que algumas coincidências na atuação dos árbitros têm dado sorte ao líder. Penso que, ainda que soframos uma derrota, se acontecer com o Coritiba jogando bem ela será palatável e o fato não abalará o caminho de recuperação da equipe. Se empatarmos, em face daquelas circunstâncias será resultado para comemorar. E se vencermos, além de aritmeticamente ficar definitivamente afastado o risco de rebaixamento, teremos mais razão ainda para comemoração.
Enfim amigos, só não muda de opinião quem não pensa. Mas o objetivo desta coluna não é dizer que em determinado momento eu também acertei. Não. O que quero é dar a mão à palmatória de publico, reconhecendo que os colunistas e comentaristas que afirmavam ser necessária a substituição do técnico o faziam com razão, talvez não até certo momento, mas sem dúvida com fundamento pelo menos a partir do campeonato estadual. Uma pena que nem todos lhes deram ouvidos no momento certo – eu mais uma vez dentre eles - pois provavelmente estaríamos hoje em outra situação na classificação. De qualquer modo, os rumos foram corrigidos ainda em tempo de evitar uma nova catástrofe e se neste ano o máximo que podemos almejar será uma classificação honrosa, para o próximo a previsão é muito boa.
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