Bola de Couro
O menino chega da escola com o olho roxo e explica aos pais que recebeu um soco de um colega. O pai – como quase todo homem faria, pois seu orgulho resta ferido pela agressão sofrida pelo filho – pergunta ao menino se ele deixou por isso ou se reagiu.
Ao que o menino respondeu:
- Não, mas precisava ver como a mão dele ficou dolorida...
Estorinha boba, mas da qual me lembrei ontem ao ouvir entrevista do técnico Marcelo Oliveira a uma das emissoras de rádio de Curitiba:
- Vocês precisavam ver o que o Abel me disse ao final do jogo contra o Fluminense: vocês marcam muito bem, foi muito difícil ganhar.
- E o Cuca - prossegue a entrevista – me deu parabéns e disse que o jogo contra o Coritiba foi o mais difícil do campeonato para eles.
- E hoje, finalizou, o Tite me cumprimentou, pois foi muito difícil para o Corinthians nos vencer.
O que dizer ante tal argumento? Estamos mal, sim, mas não é assim para nos vencer, ora. Perdemos mas damos trabalho... Apanhamos mas o adversário sai dolorido...
Alegações que seriam válidas para um Mirassol da vida ao perder por apenas 1 x 0 para o Vasco da Gama em São Januário. Para o Coritiba é como na estorinha do menino que apanhou do colega.
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Ontem, em face das festividades do Dia dos Pais, não pude ver todo o jogo, mas apenas a partir do final da primeira etapa. Dediquei-me, o que já vinha planejando e ontem dada a falta de graça da partida foi possível, a observar mais de perto o Júnior Urso. É um bravo, um lutador, mas infelizmente está no clube errado, cujas tradições são muito superiores ao que apresenta. Fiz uma contagem, ou um “scout” como dizem os comentaristas refinados, durante algum tempo do jogo e em tal lapso observei o Júnior Urso desarmar nove vezes os adversários, mas no mesmo espaço de tempo entregar a bola doze vezes para os oponentes em erros de passes ou divididas perdidas. Veio-me à memória o Márcio Egídio, titularíssimo com o vetusto Antônio Lopes, ambos protagonistas da péssima campanha que nos rebaixou em 2005 e nos manteve na série B no ano seguinte. Tomara que não passe daí a coincidência.
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O Popini se antecipou a mim na estranheza que manifestou com o retorno, aos poucos, da torcida organizada IAV com forma e figura nas nossas arquibancadas. E antes que seja mal entendido, jamais me passou que não possam e não devam seus integrantes comparecer aos jogos. De modo algum, mas devem fazê-lo essencialmente como torcedores do Coritiba. E realmente, como afirma o Popini, no mínimo caberia uma explicação pública para os associados sobre o reacolhimento do grupo.
Houve um termo de ajustamento de conduta? Seus integrantes passaram a pagar mensalidades ao clube e não só para a “organização”? Comprometeram-se a comprar materiais esportivos do Coritiba e não só os da própria? Não vão mais, como vi aqui em Porto Alegre quando de jogo contra o Internacional, “intimar” torcedores que colocaram bandeiras do Coritiba para que as retirem para dar lugar à sua faixa? Enfim, vão torcer essencialmente para o Coritiba e secundariamente para a organização? Quando necessário protestar vão fazê-lo dentro dos limites da civilidade? Nas vitórias vão cantar o hino do Coritiba? Qual o fato novo que teria permitido a reabilitação? Vão voltar sem os privilégios que tinham antes do fatídico dia 09 de dezembro de 2009?
Se as respostas às primeiras perguntas forem positivas e à última negativa, que sejam bem vindos e venham para somar. O Coritiba precisa de todos os seus torcedores, ainda mais na hora difícil pela qual está passando. Aguardo como associado fiel e adimplente, as respostas.
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