Bola de Couro
Na coluna anterior – Tópicos de final de semana - editada em 06 deste mês, deixei registrado que ainda não havia dito nada sobre o atual time do Coritiba pois não o vira jogar, uma vez que as TVs por assinatura não transmitem os jogos do Campeonato Paranaense para o RGS e não me atrevia a fazer comentários com base em notícias e opiniões dos outros.
Pois bem. Agora já posso falar. Domingo passado estive em Curitiba e assisti à vitória contra o Roma-Apucarana e hoje, como todo o Brasil, vi a magérrima vitória contra o Ypiranga de Erechim, com resultado que nos obrigará a abrir as portas do Couto Pereira com obrigação de pelo menos empatar com equipe que nenhuma tradição tem no cenário futebolístico nacional.
E, amigos, o que vi não foi de entusiasmar.
Não sou colunista que se sente mais inspirado nas dificuldades, quando deve ser mais fácil falar e escrever, pois basta deitar críticas a tudo e a todos que a polêmica garante Ibope. Também não gosto de torcedores do tipo daqueles que retratei como “Aderbal” (http://www.coxanautas.com.br/colunistas/rauen/conteudo.phtml?id=4563&t=A-SATISFACAO-DO-ADERBAL) que nunca estão satisfeitos com o time, sempre exigem mais e parece que só se realizam nas derrotas.
Longe disso, mas o time, repito, não entusiasma.
Contra o Roma-Apucarana até que entendi satisfatória a apresentação, uma vez que embora o adversário não qualificado, o placar foi construído sem dificuldades e a segunda etapa transcorreu debaixo de muita chuva, circunstância que desfavorece bastante o time que tem mais técnica. Mas já ali observei duas características da equipe que hoje se repetiram: excesso de preciosismo por parte de alguns atletas e falta de objetividade do ataque. Claro, mesmo assim fez três gols e este dado objetivo pode colocar por terra qualquer crítica ao ataque, mas não é bem assim, como vi hoje.
Agora, contra o Ypiranga de Erechim, time que alterna participações entre a primeira e segunda divisões do futebol gaúcho, o Coritiba mostrou que falta muito, talvez muito mesmo, para estar em condições de enfrentar a série A do campeonato brasileiro pelo menos como participante efetivo e não como mero coadjuvante que lutará apenas para se manter na elite.
Marcos Aurélio e Rafinha se excederam em toques e firulas sem objetividade, jamais levando perigo ao gol adversário ou colocando um companheiro em condição de tal. Bill, para ser generoso, no mínimo é tosco, uma vez que a bola parece que não quer ficar no pé dele. Pereira se saiu bem nas bolas altas e nas antecipações, mas – característica que já observo há algum tempo – se o adversário parte contra ele com a bola dominada é um “Deus nos acuda”. Willian entrou muito mal, perdendo quase todas as bolas e fazendo faltas desnecessárias. E por aí foi com a maioria.
Mesmo deixando de lado as individualidades e mesmo lembrando que com exceção do gol anulado o Ypiranga jamais levou perigo a Edson Bastos, não podemos esquecer que também com exceção do nosso gol – em impedimento! – e de um chute do Anderson Aquino na trave, nunca incomodamos o goleiro adversário, assim como devemos lembrar que o oponente teve um atleta expulso por volta de metade da primeira etapa e mesmo assim não conseguimos ter o domínio da partida, ainda que físico.
E o que dizer da falta de vibração da equipe, com exceção do sempre aguerrido Leandro Donizete ? Será que estavam com a cabeça no atleTIBA? Espero que sim, pois nada mais poderia justificar a ausência de vibração (fique bem claro, falta de vibração e não apatia ou desinteresse, isso jamais houve). Aliás, desde já o atleTIBA preocupa, pois a rigor o atual time do Coritiba ainda não enfrentou nenhuma equipe forte e contra o único adversário em relação ao qual o fator emocional pesou, o paraná, concedemos ao adversário um dos seus dois empates no campeonato.
Enfim, amigos, escrevendo logo após o jogo e com o risco do equívoco pela falta de tempo para ponderação e reflexão, lamento dizer que o time não entusiasma, não é o que quero para dar continuidade à nossa refundação.
E pior, o Brasil inteiro nos viu.
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