Bola de Couro
+ Ney Franco.
Não há muito mais o que dizer a respeito do inconstante e inconsistente técnico do Coritiba. Nunca soube definir o time titular, não tem coerência e parece estar sempre carente de afirmação ao fazer escalações e substituições esdrúxulas, talvez para que, na improvável hipótese de vitória, alguém diga que ele foi muito inteligente, um gênio.
Agora, depois que durante todo o campeonato a torcida e os comentaristas questionaram a não utilização dos atletas jovens, que às vezes nem no banco de reservas figuraram, usou cinco no jogo contra o Figueirense. A minha dúvida é se agiu assim porque se conscientizou de que estava errado, ou se quer jogar a culpa do rebaixamento para os meninos. Meu palpite mais forte é o último.
E não esquecer que às vezes tem agido como se fosse dirigente. Ao final do jogo contra o São Paulo, aproveitando o pretexto da suposta tentativa de invasão do vestiário, centrou (com ajuda do repórter “escada”) sua análise neste fato, fugindo do tema sobre o jogo. Sábado, novamente desviou o foco da péssima apresentação do time e tratou de falar sobre o comportamento desleal do Keirrison, como se fosse atribuição sua e não de um diretor, esquecendo-se – talvez porque ninguém da direção mostra isso para ele - que é apenas um empregado e deve satisfações para a direção e torcida. E pior, sendo compreensivo com a conduta do atleta que causou danos ao Coritiba como abordo no tópico a seguir. Isso se não bastasse a inconsequência de querer relacionar para um jogo fundamental um atleta que disputou duas ou três partidas por ano desde 2012.
Uma última observação sobre o nosso treinador. Eu imaginava que seu modo sereno e calmo devia-se a equilíbrio pessoal. Mas já estou achando que a frieza não é serenidade, é apatia e indiferença com o futuro do clube.
+ Keirrison.
O fato de o Keirrison se recusar a ser relacionado para o último jogo por si só é muito grave. Não que ele pudesse mudar o time, pelo contrário, nada joga há muitos anos. Mas pela exposição desnecessária a maliciosa que gerou para o clube que é seu provedor.
Sim, amigos, provedor não é uma expressão exagerada. Contratado em março de 2012, pelo prazo de cinco anos (lapso que normalmente se usa somente para segurar algum jogador revelação), ao que consta percebe R$ 100.000,00 por mês, e participou de meia dúzia de partidas por ano. Neste ano, segundo o site oficial do clube, foi relacionado para apenas cinco jogos, dos quais em dois figurou como titular e em três como reserva. Aliás, há muito não é novidade que ele perdeu o futebol que apresentou em 2007 e 2008 (veja aqui).
Dirão alguns que como não está com os salários em dia tinha o direito de se recusar a trabalhar. Em termos. Primeiro porque ele mesmo narra na retumbante entrevista que concedeu que o atraso era de cinco meses, mas antes do jogo foi reduzido para dois. Depois porque, se é certo que o seu salário é de R$ 100.000,00 ao mês, descontados os dois meses que diz em atraso, então desde março de 2012, quando desnecessariamente foi contratado, decorreram trinta e quatro meses, tendo percebido desde então nada menos do que R$ 3.400.000,00 (três milhões e quatrocentos mil reais). E isso tudo recebeu sem dar contrapartida ao empregador. Já nem falo em gratidão pelo fato de o clube contratá-lo sabendo-o em baixa técnica e histórico de lesões. Com qual moral, então, foi espinafrar o Coritiba em um meio de comunicação? Recebeu regiamente e nada devolveu em serviços?
Estranho comportamento, que parece indicar que teria algum propósito não declarado, talvez.
Terminava esta coluna e vi a notícia de que o Coritiba afastou Keirrison do time, talvez até vá acioná-lo judicialmente. É o mínimo que poderia acontecer.
+ Toby
Faleceu o Toby, talvez o mais clássico dentre os jogadores campeões do Brasil em 1985. A ele se aplica o que foi dito no filme “Sociedade dos poetas mortos”: “Façam suas vidas serem extraordinárias”. Toby fez sua vida extraordinária. No mundo do futebol saiu dos comuns para ser especial. A ele meus respeitos e gratidão.
+ Em tempo: Editei a coluna em razão da notícia da demissão do Ney Franco. Não sei se ainda dá tempo para qualquer outro fazer um milagre, mas seria pior com ele até o fim. Antes tarde do que nunca.
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